Planejamento de um mundo em formação - Elucidário Cap. XXXII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 10/02/2016 - 16 min leitura
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Planejamento de um mundo em formação - Plano de constituição da Terra - A monumental ramificação dos condutos de água, vista como obra da Natureza - Quem é a Natureza? - Recordando o Apóstolo dos gentios - Aquele senhor respeitável...

No princípio da consolidação dos elementos materiais que de­viam constituir o mundo terreno, quando nenhum ser vivente se cogitava de enviar à Terra, foram estudadas meticulosamente as várias camadas geológicas segundo a conveniência da constituição do solo em toda a superfície terrena. Estudadas foram as necessidades relacionadas com a vivência futura de animais, aves e homens para alguns milênios mais tarde, no que dizia respeito à alimentação, assim como a distribuição dos condutos interiores das águas à conveniência do seu aforamento em nascentes nos terrenos elevados. É digno da maior admiração o planejamento executado por verdadeiros sábios espirituais, de tudo quanto deva existir num mundo em formação, destinado a receber e alimentar muitos milhões de seres em seu solo, alimentá-los e provê-los de quanto eles necessitem para nele se manterem. Dizendo muitos milhões, eu refiro-me à espécie humana que já excede a casa dos três bilhões de almas encarnadas, segundo as vossas próprias estatísticas. Mas há ainda toda a vastíssima escala animal da qual não existe levantamento na Terra mas que, somados os diversos setores, devem exceder um pouco a casa dos cem bilhões. É de imaginar-se, por conseguinte, a meticulosidade com que foi elaborado no passado longínquo o plano de constituição da Terra com a indicação segura de suas nascentes mais e menos volumosas, o leito dos rios que deve­riam conduzi-las até ao mar, reunindo-se vários deles em determinados pontos com estes dois objetivos igualmente previstos: tornar certos rios navegáveis para a facilidade de comunicações de várias regiões entre si, e diminuir desta maneira o número daqueles que chegariam até ao mar.

Já imaginastes, estimados leitores, o valor de todo este trabalho de planejamento e execução realizado pelas Forças Superiores na constituição do mundo que habitais? Já imaginastes, igualmente, o quanto de sabedoria e experiência terão presidido à instalação dessa monumental ramificação dos condutos de água que vós encontrais em todas as latitudes para matar a sede em primeiro lugar, e em segundo formar os córregos que procuram os rios em direção ao mar? Certamente nenhum de vós terá tido oportunidade de meditar ­sobre isso, por parecer à primeira vista uma obra da Natureza que e sábia e perfeita em suas realizações. Muito bem, pois. E quem é a Natureza? Será porventura alguma força misteriosa que age de maneira invisível mas sempre eficiente e perfeita? Sim, estimados irmãos, em parte assim é, uma vez que sua ação se processa invariavelmente de maneira invisível para os seres encarnados. Se falarmos, porém, em Forças da Natureza, o que é mais certo, estaremos falando realmente das Forças Superiores que superintendem e dirigem a vida planetária sob a sua jurisdição. São essas Forças multimilenares as que elaboram no Alto as modificações requeridas pelo avanço do planeta em sua escala evolutiva quando acontece como agora ao mundo terreno, ter de receber uma nova categoria de seres espirituais que estão reencarnando. Tratando-se de uma categoria espiritual bem mais refinada do que a média da humanidade atual, necessário se tornou modificar certas condições planetárias ajustando-as às necessidades de seus novos habitantes. Decorrem dessa necessidade as transformações em curso no seio da Terra, não tardando a aparecerem na superfície os seus efeitos visíveis a todos os seres humanos. Devo informar-vos paralelamente que os estudos relacionados com as modificações em curso datam de quase três milênios, quando no Alto se decidiu operá-las no mundo terreno. Foram estudados, por conseguinte, novos condutos de água a regiões e setores até agora privados dessa preciosa linfa, possibilitando a fertilização de grandes áreas até então absolutamente improdutivas. Isto sucederá, logicamente, em conseqüência da própria modificação topográfica dessas regiões, tornando-as habitáveis.

Eu estou abordando certos detalhes acerca do que tendes lido e ouvido com a simples designação de transformação ou modificação das condições atuais do solo terreno. Os detalhes que abordei linhas acima têm o objetivo de explicar de certo modo em que consistem as operações transformatórias que deram motivo à vinda ao meio terreno das Entidades incumbidas de vos falar por meio da palavra falada e escrita. E como esses tipos de operações implicam na modificação do solo terreno nos lugares em que elas se realizarem, foi julgado necessário pelas Forças Superiores, colocar todos os seres humanos inteiramente a par do que se trata, para que se mantenham atentos e prevenidos em relação ao que possa acontecer-lhes.

Uma segurança, porém, se oferece a todos, que é a assistência espiritual que a todos envolverá em quaisquer circunstâncias. O fato de um homem ou mulher poder ver-se atingido pelos efeitos de qualquer operação transformatória e em conseqüência vir a ter fechados para sempre os olhos do corpo, nada representa de mau ou inconveniente para eles, porque logo constatarão ter abertos e bem abertos os olhos do Espírito num plano de luz sem possível confronto com a nebulosidade da Terra. Esse é o trabalho atento a que se entregam desde algum tempo os emissários do Senhor no meio terreno, uns como este que vos fala, através da palavra escrita, esta palavra que aqui fica gravada para sempre, a qual pode e deve ser relida muitas vezes para que o próprio Espírito dela tome conhecimento. Outros usarão a palavra falada nos lugares próprios, sempre com este mesmo e grande objetivo: aconselhar a todos, homens e mulheres, que se preparem para empreender sua viagem de volta a qualquer momento. A preparação, de tão recomendada e repetida, não precisarei referi-la. Acredito que todos os homens e mulheres já estejam em ligação permanente com o Senhor Jesus, a fim de que o Divino Mestre saiba exatamente quantos dos seus guiados terrenos desejam salvar-se por meio de sua ligação espiritual.

Assim perfeitamente claro o assunto que aí fica, eu tratarei de um caso que fez parte em minha vida de apóstolo dos gentios, segundo a denominação com que me distinguiram aqueles povos bons aos quais andei pregando a excelência da doutrina cristã. O fato ocorreu numa pequena povoação muito próxima da cidade de Éfeso, habitada principalmente por gente do campo, aquela que se ocupava da criação de pequenos animais e tecelagem de linho e cânhamo. Eu havia marcado reunião para uma tarde de domingo, dia em que todos podiam comparecer, como era hábito no lugar. Eu cheguei cedo ao local e meditava sobre a minha tarefa do dia, reunindo meus argumentos para demonstrar a necessidade de todos os habitantes se filiarem ao Cristianismo, que eu apresentava como ainda hoje, como a doutrina consoladora por excelência, em todas as circunstâncias da vida. Meditava eu então sobre o desenvolvimento dos meus argumentos neste sentido, quando vi aproximar-se uma figura de homem que tudo denotava tratar-se de pessoa culta, responsável por algum setor do governo. Dei-lhe minha atenção respeitosa e aguardei a sua palavra. O visitante fitou-me demoradamente sem nada dizer, ao que eu julguei conveniente dirigir-lhe a palavra, o que fiz nestes termos:

- O que desejais, senhor?

O homem retirou de mim aquele olhar firme, penetrante, e falou:

- Vim aqui atraído pela tua missão que é nobre e santa. Eu não sou deste lugar. Recebi, porém, onde moro, o sentido das tuas palavras e desejei ouvir-te de perto.

- Pois bem, respeitável senhor - retruquei-lhe, acrescentando: - Se minhas palestras lhe têm agradado, pode dizer-me onde as ouviu ou assistiu?

O respeitável senhor lançou-me agora um olhar de grande simpatia e falou assim:

- Eu não sou deste lugar nem desta terra. Soube das tuas palestras por ouvir dizer, mas o assunto agradou-me sobremodo e por isso resolvi comparecer à que hoje farás. Desejo porém recomendar-te muita atenção e cautela com este povo fanático que poderá surpreender-te.

Eu agradeci as suas palavras, que me deixaram um pouco preocupado realmente. À hora aprazada, já ao cair da tarde, havia um regular número de ouvintes, enquanto outros vinham chegando e se acomodando da melhor maneira, formando filas laterais, assentados no chão, como era costume nos lugares em que não havia salões mobiliados.

Iniciei então a minha pregação como fazia nos outros lugares que percorri. Comecei dizendo à assistência que ali estava para informar que uma nova religião se encontrava em franco cresci­mento na Síria, trazida a Terra por um homem santo que a pregara durante três anos desde Jerusalém, e que voltara depois de morto para reafirmar que não se morre. Declarei que eu próprio tinha visto esse homem próximo à cidade de Damasco, de quem ouvira que a sua doutrina salvaria o mundo porque salvaria antes todas as almas dos homens que a seguissem.

Nesta altura fui interrompido por um ouvinte que me perguntou o seguinte:

- Que provas podes dar-nos de que esse homem de quem falas, já tinha morrido? Não terias sido enganado na tua boa fé?

As palavras deste ouvinte deram lugar à manifestação de outros dos ouvintes, aos quais eu procurava esclarecer da melhor maneira, com argumentos cuidadosamente preparados. O primeiro interlocutor, todavia, procurava refutar-me, e exigia que lhe apresentasse provas da ressurreição da figura humana que me havia aparecido e me falado próximo à cidade de Damasco. O tumulto crescia com a solidariedade dos circunstantes ao meu interlocutor, que eu logo compreendi não desejava que minha pregação prosseguisse. Em pouco toda a assistência se achava de pé à minha frente, bem próxima de mim, numa atitude significativa. Recordei-me então do respeitável senhor que me procurara antes da reunião e não o vi em parte alguma. O fato causou-me certa estranheza porquanto as suas palavras traduziam interesse pela minha palestra e no entanto ele se retirara sem que eu visse. O fato pareceu-me realmente estranho.

O tumulto da reunião continuava, entretanto. Percebi a certa altura que alguns dos presentes manifestavam atitudes pouco cor­diais para comigo, ao que eu não dei maior importância. Não era aquela a primeira pregação em que os ouvintes, liderados por pessoas deliberadamente contrárias à pregação do Cristianismo nascente, fossem por sua própria convicção ou por interesses contrariados em grande parte dos casos, procuravam abafar a palavra do orador até por meios violentos.

Eu prosseguia tentando expor a excelência da doutrina que propagava, apresentando inclusive a existência de ocorrências extraordinárias, como a cura de aleijados, cegos e enfermos pelos adeptos categorizados de tão consoladora doutrina. Concluí que o ambiente me era já totalmente desfavorável em face do empenho dos líderes em obstar que eu prosseguisse em minha pregação. A reação apresentava-se já com tendências ao uso da violência contra o orador, que continuava a argumentar com toda a calma em favor da doutrina de Jesus de Nazareth. Os intuitos da assistência eram já perfeitamente visíveis: ou eu encerrava a pregação ou seria re­movido dali e expulso do lugar.

Verificou-se nesta altura um fato absolutamente inesperado que produziu efeitos deverás surpreendentes em todo o auditório. O senhor respeitável que me visitara em princípio, assomou à entrada e abriu caminho por entre os presentes exaltados e veio postar-se ao meu lado, olhando firmemente o auditório. Este, de agitado como estava, aquietou-se, silenciou, passando a reinar em todos os semblantes um ar de surpresa e expectativa. Passados alguns instantes de silêncio, o senhor respeitável falou novamente:

- Vim até este lugar no dia de hoje, especialmente para ouvir a palavra verdadeira deste irmão em Israel. Ele é portador de uma boa-nova para todos vós, e deve ser ouvido com atenção. A palavra que ele vos traz é verdadeira, incontestável. A prova disto é que tendo tido conhecimento desta palavra na região em que hoje vivo, resolvi vir escutá-la de perto e por isso aqui estou junto a vós, irmãos meus que eu tanto amei noutros tempos e ainda hoje. Escutai, pois, com atenção, a palavra deste nosso querido irmão.

O senhor respeitável calou-se e sua figura em pouco se desvaneceu aos olhos admirados de todos. Surgiu um sussurro entre os assistentes que procuravam uma explicação para o fenômeno. Aquela figura respeitável era bastante conhecida e estimada de todos os presentes, por haver sido um dos mais poderosos dirigentes de povos da região a que pertenciam. Havia sido um chefe estimado e admirado por sua grandeza de alma, sempre solícito ao atendi­mento de quantos o procuravam. Desencarnara, todavia, fazia então mais de vinte anos. E concluíram daí os meus ouvintes, que este fato verdadeiro, justificava aquele que eu apresentara, ocorrido próximo de Damasco. Os ânimos mudaram completamente a meu respeito desde aquele momento. Na pequena povoação eu fundei uma igreja cristã que bastante se desenvolveu.

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