O Interesse Primordial - Vida Nova Cap. XLVIII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 16/02/2016 - 17 min leitura
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Aqueles dos Espíritos presentemente encarnados na face da Terra que decidirem atender ao chamamento que lhes é dirigido pelos mensageiros de Jesus de Nazareth, no sentido de se prepara­rem para o dia de amanhã, estarão dando provas de haverem cum­prido da melhor maneira sua presente encarnação. Já foi dito em pá­ginas anteriores que de um modo geral todos os homens e mulheres do presente fim de século são Espíritos vividos e provados em múl­tiplas encarnações neste mesmo plano terreno, e portanto já possui­dores de um maior ou menor grau evolutivo. Foram por isso esco­lhidos para viver na Terra na fase atual, embora um grande número tenha iniciado sua atual peregrinação no último quartel do século passado. Deseja então o Senhor Jesus poder recebê-los de volta ao Espaço dentro em pouco em condições de poder promovê-los a mais elevado plano de vida espiritual, conforme também ficou devida-mente explicado na fala de outro mensageiro que me precedeu. Esta promoção, que depende muito mais dos Espíritos encarnados do que da vontade de Nosso Senhor Jesus, é o motivo principal desta Grande Cruzada de Esclarecimento que está sendo difundida de várias maneiras por toda a superfície terrena. Minha presença neste momento no meio terreno, onde tive a imensa alegria de viver diversas encarnações a serviço do Senhor Jesus, sendo a última no Brasil, este grande e belo país que ficou para sempre gravado em meu coração, é também no sentido de di­rigir minha palavra de fé a todos os leitores deste livro, sejam eles nascidos neste grande território iluminado noite e dia pela inci­dência do Cruzeiro do Sul, como aos filhos de todos os demais países do globo terrestre, dizendo a todos que o destino dos homens e mulheres da Terra é um só e único para todos, qualquer que seja a posição social de cada um no momento presente. O destino de todas as humanidades, tanto das que aqui viveram como da que ainda vive na Terra assim como o daquelas que evoluem em mun­dos mais e menos adiantados do que este, é igual em seus objetivos multimilenares, pois que consiste no aprimoramento constante de cada partícula dessas humanidades em todos os sentidos, moral e científico, aproximando-se passo a passo da desejada perfeição. Os mundos que se movimentam no espaço cósmico, tão distan­tes entre si que mal podem ser enxergados pelos habitantes uns dos outros, abrigam todos eles o seu tipo  de  seres  viventes, ou se­jam Entidades espirituais selecionadas segundo a sua categoria e o estado evolutivo de cada mundo em que vão habitar, assim como  procedeis  em vosso minúsculo planeta com as crianças e os jovens na escolha das escolas em que devem matricular-se.Sendo as encar­nações o meio dos Espíritos adquirirem novos e maiores conheci­mentos da vida espiritual, elas se repetem tantas vezes quantas fo­rem necessárias em cada mundo, para que os seus habitantes com­pletem os conhecimentos e experiências que neles possam incorporar ao seu patrimônio espiritual.  Nós observamos do Alto a enorme preocupação a dominar os Espíritos encarnados na Terra desde os mais verdes anos, que é a de se tornarem ricos e poderosos mediante a aquisição e posse de bens terrenos, com o abandono daquela que os trouxe a Terra, não apenas nesta mas em todas as suas estadas anteriores. Com a preo­cupação de enriquecimento, da posse da fortuna terrena, a quase totalidade dos nossos queridos irmãos que lograram ver deferida pelo Senhor Jesus uma nova encarnação, se olvidam por com­pleto do grande objetivo que antes formularam, que era e é alcan­çarem novas e mais portentosas luzes para enriquecimento do seu belo diadema espiritual. Mas Nosso Senhor compreende bem o fe­nômeno como peculiar à vida terrena, somente possível mediante a formação do corpo de carne para vivência do Espírito, sem o qual lhe não seria possível manter-se na Terra por tanto tempo. Nosso Senhor sabe perfeitamente disso, mas deseja a partir de agora mais do que no passado, que os homens e mulheres se desprendam um pouco mais dos interesses terrenos, perecíveis, para voltarem seus pensamentos para as coisas do Alto, peculiares ao plano dos Espíri­tos, ao qual terão de regressar a qualquer momento. Deseja o Se­nhor Jesus despertar nos seres humanos do presente, o conjunto de células espirituais que existem em todos os organismos humanos, a fim de se voltarem sem mais perda de tempo para o verdadeiro objetivo dos Espíritos encarnados, que é o de se interessarem a fundo pelo seu progresso espiritual, tal como no Alto o conce­beram ao se prepararem para descer a Terra.  O interesse de cada um de vós, meus amados leitores, o inte­resse que eu designarei de primordial em todas as vossas existên­cias de seres encarnados, é um e único através dos milênios: ascensão na escala espiritual. Eu não direi que estejais errados em vossa concepção de seres humanos, nem tampouco que vos encontrareis atrasados em vossa evolução. Não, meus amados irmãos leitores; neste particular as leis espirituais são bastante elásticas para permi­tir a existência de certa graduação na escala evolutiva de cada ser humano ou espiritual. Direi mesmo que todos vos encontrais  na  posição  justa,  correspondente  ao máximo que pode cada um de vós adquirir ao longo das existências percorridas. É bem verdade que alguns companheiros de outras eras, que foram vossos condis­cípulos durante séculos nesta grande escola terrena, já passaram a outros mundos, a outros planos de vida, mercê da determinação tomada em certa fase de sua última passagem pela Terra, conse­guindo galgar de uma só vez os degraus que lhes faltavam, ilumi­nando em conseqüência seus belos Espíritos. É oportuno, porém, que tomeis conhecimento da situação em que já vos encontrais na Terra como Espíritos de Deus em busca de luzes e experiência, para que possais imprimir desde agora, desde o momento em que estas linhas vos caírem sob os olhos, o im­pulso definitivo ao vosso progresso moral e espiritual. Esse impulso está por assim dizer completamente definido através das páginas deste livro, não sendo necessário rememorá-lo aqui. Contudo, sem­pre vos direi algo a respeito. Sempre vos direi que a melhor ma­neira de imprimirdes uma diretriz realmente proveitosa à vossa en­carnação atual, será firmardes em vossa mente o princípio de que sois presentemente na Terra nada mais do que um viajante desem­barcado numa pequena ou grande cidade para tratar de interesses ocasionais. O viajante ali desembarcado dispõe-se a cuidar do as­sunto que tem em vista, e por isso se movimenta, repousa e se le­vanta com a preocupação de bem realizar os objetivos determinan­tes de sua viagem, sem, no entanto, se esquecer de sua morada em outra cidade desse ou de outro pais, à qual regressará tão logo haja concluído os seus negócios.Sabeis todos vós que a imagem é verdadeira, uns de experiência própria e outros pela sua dedução. Sabereis então que o viajante não esquece um instante sequer a sua procedência, a sua cidade na qual deixou outros interesses, sua fa­mília terrena, parentes amigos e conhecidos, mantendo viva a idéia de que voltará a eles tão logo termine a tarefa que o levou até onde se encontra. Pois, meus amados irmãos leitores, em vossa pre­sente encarnação verifica-se uma situação que eu direi perfeitamen­te idêntica. Todos vós que vos encontrais na Terra podeis consi­derar-vos, antes de tudo, viajantes a serviço de interesses grandiosos porque da máxima importância para vós. Como viajantes proce­dentes de outro plano de vida, todos vós deixastes no local de procedência um lar estabelecido há milênios por vós mesmos, onde vos esperam alegremente de regresso não poucos parentes bastante caros ao coração, entre eles alguns que foram vossos pais, filhos ou irmãos ao longo da vossa existência milenar, e que, embora não recebam correspondência vossa como sucede com a família dos via­jantes terrenos, com eles vos correspondeis espiritualmente, muito mais do que podereis supor.

Durante  o  sono  do  vosso corpo vos­sos Espíritos se afastam em virtude das leis espirituais e se diri­gem aonde desejem e lhes seja possível, encontrando-se então com aqueles entes queridos que permanecem no Alto, os quais acompa­nham de lá aos que na Terra se encontram e oram fervorosamente por vós.  Se, por conseguinte, nada mais sois que autênticos viajantes pela superfície terrena a tratar dos vossos interesses espirituais, de­veis firmar nisto todos os vossos pensamentos construtivos, a fim de poderdes melhor aproveitar a presente viagem. Meditai então, queridos irmãos, sobre os objetivos que possam haver determinado o pedido que fervorosamente fizesteis todos vós a Nosso Senhor Jesus, de nova existência terrena, a fim de apurardes algo que muito vos interessa no Alto. Esse interesse não pode ter sido em absoluto a construção na Terra de uma grande fortuna de bens materiais, por­que da mesma nada ou muito pouco resultaria de útil para os vossos Espíritos. Podereis ter apresentado, provavelmente, a Nosso Se­nhor, planos de construção na Terra, de uma grande ou pequena indústria destinada a dar trabalho remunerado a muitos outros irmãos encarnados, prometendo ao Senhor remunerá-los de maneira justa, eqüitativa. Podereis ter apresentado a Nosso Senhor, planos de construção abundante na Terra de escolas destinadas a outros irmãos a encarnarem posteriormente, reconhecendo insuficientes as então existentes, e para que nelas se abrissem ao conhecimento as mentes de quantas crianças tivessem ensejo de as freqüentar. Este é em verdade, um dos mais valiosos planos que podem ser elaborados por Espíritos desejosos de baixar a Terra, sempre apro­vados e ajudados do Alto pelo Senhor. Podereis, enfim, ter apre­sentado a Nosso Senhor Jesus, um plano longamente arquitetado no Alto, visando à maior felicidade e bem-estar de uma nação, se as circunstâncias vos elevarem à sua direção. Um plano desta natureza é sempre recebido pelo Senhor com grande alegria, meus queridos irmãos. Tem acontecido porém, vezes inúmeras, infeliz­mente, que o planejador, uma vez autorizado a reencarnar e con­duzido pelas Forças Superiores à chefia duma nação, ou esquece a promessa feita ao Senhor de promover a felicidade e o bem-estar dos seus governados, ou sobrepõe a essa promessa a sua própria felicidade e bem-estar terrenos, só muito mais tarde, por ocasião do seu regresso ao mundo espiritual, se inteirando de sua falência na Terra. Em casos desta espécie, que não são poucos infelizmente, o Espírito que houver falhado no cumprimento de sua promessa,  ao regressar à sua morada no Alto é conduzido à presença do Se­nhor Jesus para testemunhar em Sua presença o que efetivamente realizou do quanto prometera realizar.

Depois... tais sejam as con­tradições existentes entre a promessa e a realidade, alguns séculos ou milênios podem decorrer antes que essa Entidade venha a con­seguir uma nova encarnação, mas jamais na situação de governante.

Este Espírito que vos fala no presente capítulo, teve a felici­dade rara de receber de Nosso Senhor a aprovação total de atos praticados quando ocasionalmente se encontrou à frente da direção deste grande e belo país, atos estes que me dispenso de citar por serem todos do vosso conhecimento. Nascendo em terra brasileira como filha de um santo que foi o vosso grande e inolvidável impe­rador, e dele recebendo os mais belos ensinamentos cívicos e religio­sos, coube-me a fortuna de o substituir no governo ocasionalmente, tendo praticado então o mais belo ato de toda a minha vida a 13 de maio de 1888, o qual ainda hoje recordo com grande emoção. Libertar do cativeiro uma geração inteira de irmãos nossos, porque filhos de Deus como nós, foi um ato que justificou e me compensou toda a minha existência, meus queridos irmãos leitores. Vós todos encontrareis oportunidades de praticar atos capazes de receberem também de Nosso Senhor sua divina aprovação. Aproveitai então essas oportunidades antes que elas vos fujam, e enriquecei vossa aura espiritual com seus reflexos, e vereis a seu tempo quão acer­tados andastes em os praticar.

Minha tarefa está finda com a exortação que vim trazer-vos por determinação do Nosso Divino Mestre e Senhor. Aqui me des­peço desejando que cada um de vós possa libertar-se a si mesmo do seu cativeiro de maus pensamentos se for o caso, e marchar resolutamente na direção do Senhor e receber também o seu justo prêmio por isso. Atenderei a cada um em Espírito, no Alto, se de mim necessitardes, e me subscrevo afetuosamente aquela que foi PRINCESA ISABEL

 

Not. biogr. — Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gonzaga de Bragança — 1846-1921 — Princesa Imperial do Brasil. Filha do imperador D.   Pedro II e da imperatriz atriz Teresa Cristina de Bourbon, nasceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846. Consorciou-se com o conde d’Eu, Luiz Philipe Gastão de Orléans, de cujo enlace nasceram três filhos: D. Pedro de Alcântara Luiz Philipe, príncipe do Grão Pará (1875), D. Luiz Maria Philipe (1878), e D. Antônio Gastão Francisco Luiz (1881).

No dia 25 de maio de 1871, a princesa Isabel, então na regência do império, na ausência de D. Pedro II, em viagem pela Europa, sancionou a lei que declarava livres os filhos de mulheres escravas, que o povo apelidou Lei do Ventre Livre.

Regente pela segunda vez em 1875 e pela terceira vez em 1887, a princesa Isabel promulgou a 13 de maio de 1888 a chamada Lei Áurea, que aboliu para sempre a escravidão no Brasil. A 17 de novembro de 1889, com a proclamação da República, a princesa Isabel embarcava com toda a família imperial brasileira para a Europa, onde desencarnou em 1921.

Notas sobre seus descendentes — No exílio o primogênito renunciou à sucessão, de acordo com a Constituição do império, revogada pela República. Com a morte de D. Luiz em 1920, esse pretenso direito teria sido transferido a seu filho mais velho, D. Pedro Henrique, nascido em 1909. Do casamento de D. Pedro de Orléans e Bragança com a condessa Dobrzensky de Dobr­zenicz em 1908, nasceram os filhos: D. Isabel em 1911, D. Pedro Gastão em 1913. D. Maria Francisca em 1914, D. João em 1916, e D. Teresa em 1919.

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