Novo ensino religioso - Elucidário Cap. XXVIII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 09/02/2016 - 16 min leitura
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Novo ensino religioso - O problema alimentar do próximo século - Alimentação concentrada cientificamente preparada - A instrução, outro grande problema - Um professor de religião vindo do Alto - As duas primeiras aulas - Os Espíritos não morrem nunca

As circunstâncias em que a Terra se encontra neste fim de século, com sua população já bastante preocupada com o problema alimentar, é que determinaram as modificações a serem operadas em sua superfície, tal como foi projetado há muitos séculos. Isto prova que estas circunstâncias não estão sendo agora consideradas pelas Forças Superiores para inspirarem as providências, mas foram previstas de longa data em face do crescimento anual da população terrena. Pelos cálculos feitos no Alto neste particular a população do ano 2000 exigirá para a sua alimentação quase o dobro do consumo da população dos dias atuais, a 33 anos daquela marca.

O problema, aliás, não existe apenas na Terra porque é comum a todos mundos habitados e requer em todos eles soluções muito semelhantes às que foram preparadas para implantar neste mundo terreno. O problema alimentar será solucionado concomitantemente pela qualidade e quantidade dos alimentos a serem utilizados pela população. Pela qualidade, com o aparecimento de outros tipos de alimentação concentrada cientificamente preparada, aos quais aludi em capítulo anterior. Estes alimentos concentrados oferecerão aos seres humanos uma alimentação completa, mais eficiente do que o uso da carne na alimentação atual. Pela quantidade, com a ampliação das áreas de cultura agrícola, onde se desenvolverá notavelmente produção de legumes de grande teor alimentício, alguns ainda desconhecidos do homem. Desta maneira será solucionado por alguns séculos ou talvez milênios o grande problema alimentar de vá­rios milhões de almas a reencarnar na Terra.

O outro grande problema terreno também em vias de solução dentro de alguns anos é o da instrução envolvendo a educação em geral. O processo atual, por excessivamente materializado, retira aos alunos toda ideia de que são seres espirituais provindos de outro plano para progredir na Terra, com o que se embotam suas melhores tendências espirituais, para só admitir o corpo como centro e causa da sua existência. Resulta deste ensinamento errado, palmilharem os Espíritos encarnados os longos caminhos terrenos preocupados exclusivamente com sua existência material, ignorando quase todos que essa existência é apenas mais uma dentre muitas outras que aqui viveram nas mesmas condições. Em face desta verdade constatada desde muito no Alto, é que se tornou necessário modificar verticalmente o tipo de instrução ministrada às crianças e aos jovens, preparando-os carinhosamente para uma vivência espiritual através do corpo, a fim de que todos possam firmar no íntimo de seus corações o conceito de que são Espíritos em tarefa de aprendizado na Terra, objetivando unicamente o aperfeiçoamento moral e a prática de ações meritórias aos olhos das Forças Superiores.

Efetivamente, se ensinardes às crianças desde os primeiros anos que seu corpo é apenas uma roupagem de carne de que o Espírito carece para permanecer na Terra, mas que elas, as crianças, não são o corpo que fala e se move, se alimenta e dorme, que elas são a inteligência que conduz e movimenta o corpo, a inteligência que estuda, pensa e raciocina, exatamente por serem Espíritos encarna­dos naquele corpo, se isto ensinardes às crianças desde o berço, es­tareis contribuindo decisivamente para despertar nelas as excelentes qualidades do Espírito, suas tendências e aptidões. Um tipo de enceno baseado nestes princípios imprimirá um extraordinário impulso à evolução de todos os homens e mulheres na direção de suas me­tas espirituais, reduzindo ao mesmo tempo suas enormes preocupações de enriquecimento, considerado geralmente como o grande objetivo da vida humana. É necessário reconhecer e proclamar bem alto que os seres humanos são apenas Espíritos em tarefas de serviço na Terra, e por conseguinte a preocupação número um em todos eles deve consistir na aquisição de novas e maiores luzes espirituais, único patrimônio que podem conduzir ao deixarem o solo terreno, uma pequena ou grande fortuna que jamais se apagará.

A propósito relatarei aqui um episódio registrado na vida de um ser humano há vários séculos quando o progresso da Terra se encontrava ainda bastante atrasado. Esse ser humano costumava entregar-se diariamente por alguns momentos a um tipo de meditação que ele considerava de grande utilidade para pensar nos seus negócios, conforme dizia. Terminada a refeição da noite ele acomodava-se confortavelmente, cerrava os olhos e assim se entregava à sua meditação por meia hora ou algo mais. Recomendava antes que o não incomodassem nesses momentos, o que todos obedeciam. Na verdade porém, aquele homem não meditava, porque adormecia todo aquele tempo. O fato é que se sua intenção era meditar nos seus negócios, e essa era a ideia do Espírito, este se desprendia e seguia a rota dos interesses materiais a que estava ligado. Numa daquelas meditações o Espírito foi atraído por um pequeno grupo de outros Espíritos que o convidaram a visitar no Espaço uma es­cola infantil, já que ele  mantinha à sua custa na Terra uma escola para os filhos dos seus obreiros, que eram cerca de meia centena. Disseram-lhe então os amigos no Espaço que ele prestaria um assinalado serviço à Providência Divina se concordasse em acrescentar aos deveres das crianças um pouco de espiritualidade traduzida em conselhos e ensinamentos de grande valor para elas em sua vida ter­rena. Ele apreciou muitíssimo o ensino ali ministrado às crianças, cujos Espíritos emitiam vibrações de contentamento ao fim da aula.

Estava tudo muito bem, declarou o Espírito do homem que meditava. Gostaria em verdade de instituir na escola, que mantinha na Terra, também aquele tipo de ensinamentos; havia, porém, esta grande dificuldade: quem e onde buscar o professor, dada a falta de pessoa assim capacitada na localidade onde vivia. Não fosse essa a dificuldade, esclareceu um dos amigos presentes, acrescentando que ele próprio se materializaria para cumprir essa tarefa e iria ministrar aqueles ensinamentos em sua escola. Declarou ainda que faria isso sem que as crianças chegassem a perceber a sua manifestação. Desejava apenas que se fizesse silêncio à sua entrada, que seria igual à de qualquer outro professor, e ele daria as aulas duas vezes por semana.

Assim combinado, assim se fez. O negociante compareceu pessoalmente à sala de aulas da escola e avisou em palavras impregnadas de bondade, que havia contratado um professor muito longe dali, para dar aulas de religião das quais as crianças necessitavam para melhor se relacionarem com a Divindade. Informou que as aulas de religião seriam apenas duas vezes por semana, porém, re­queriam esta condição, sem a qual o professor não voltaria: silêncio absoluto. As crianças demonstraram-se contentes com a novidade e prometeram manter rigoroso silêncio. Tudo assim convenientemente preparado, todas as crianças ansiavam pela chegada do dia em que iriam receber a primeira aula de religião. Este dia chegou final­mente e com grande alegria para todos. Estava presente à hora convencionada o comerciante e alguns dos seus auxiliares que manifestaram desejo de assistir àquela primeira aula. O professor, entre­tanto, só o negociante o conhecia. A ninguém ele dera conhecimento do assunto tratado no Espaço.

Quatro horas da tarde. Hora de encerramento das aulas na es­cola. Solicitado silêncio pela professora às crianças e atenções voltadas para a entrada da sala à espera do professor de religião. Ei-lo que aparece, cumprimenta com um aceno de cabeça às crianças e aos presentes e se coloca em frente ao quadro negro, olhando sere­namente aquele grupo de crianças que o fitavam embevecidas. E assim principiou sua aula inicial em palavras bem claras, perfeita­mente audíveis em toda a sala:

“Meus filhos! Venho hoje à vossa escola para vos ensinar a amar a Deus sobre todas as coisas. Mas também quero ensinar-vos a amar a todas as outras crianças porque todas as crianças são filhas de Deus, embora os seus pais na Terra sejam diferentes. Isto é um pedaço da religião que todos necessitais de conhecer. A religião nos ensina que todos os seres humanos, os homens, as mulheres e as crianças, são filhos de Deus, de um só Deus, do mesmo Deus, que é o Pai Espiritual de todos nós. A religião nos ensina, por conseguinte, a olharmos para todas as pessoas como se irmãos fossem de pai e mãe, porque sendo também filhas de Deus, são igualmente nossas irmãs”.

“Desejo ensinar-vos agora a vos dirigirdes diariamente a Deus e a Jesus que é o seu representante na Terra, para agradecerdes a proteção recebida cada dia, e pedir nova proteção para o dia seguinte. Isto se faz ajoelhando junto ao leito na hora de deitar, de mãos postas e o pensamento em Deus, para que Ele receba a vossa oração e vos lance a Sua bênção. Fazei isto todos vós a partir de hoje.”

Esta foi em síntese a primeira aula de religião ministrada pela Entidade materializada, com uma duração de cerca de cinco mi­nutos. Terminada que foi, a Entidade cumprimentou a escola com novo aceno de cabeça e dirigiu-se para a saída. O grupo de crianças ficou como que magnetizado. Elas entreolhavam-se sem proferir palavra. Assim permaneceram alguns instantes até que a professora, ela própria também magnetizada, indagou do negociante mantenedor da escola:

- Quem é este professor, Senhor. . . ?

- Este professor foi-me recomendado por um amigo, como um grande professor de religião, declarou o negociante.

- Pareceu-me realmente extraordinário – acrescentou a professora, olhando pela janela a estrada que levava à escola, e voltando-se para o mantenedor da escola, exclamou:

- Mas, extraordinário! O professor saiu daqui há poucos mo­mentos e ainda não apareceu na estrada! Eu vejo a estrada desde a escola e ele não apareceu!

- Falaremos a respeito desse professor oportunamente - disse-lhe o mantenedor, acalmando-a.

Chegado o dia da segunda aula, tudo ocorreu como na primeira. O professor ingressou na sala, cumprimentou a todos com o aceno de cabeça e postou-se no seu lugar em frente ao quadro negro. A atenção das crianças assim como o silêncio eram completos. Só a professora o olhava com visível curiosidade. O professor iniciou com estas palavras a sua segunda aula:

“Meus filhos, a quem muito estimo em meu coração! Para a nossa aula de hoje, eu vou falar-vos do vosso Espírito. Ficai sabendo que todos vós, meninos e meninas, tendes um Espírito. Direi melhor esclarecendo-vos que todos vós sois Espíritos. E sendo Espíritos, já tivestes muitas vidas na Terra animando outros corpos que não esse que possuís agora. E sendo Espíritos, já regressastes ao Espaço outras tantas vezes a fim de lá descansardes e vos preparardes para voltar à Terra em outro corpo. Hoje vós sois crianças apenas porque vosso corpo atual ainda está crescendo, mas logo será adulto, e então vosso Espírito encontrará meios de manifestar as qualidades e aptidões que já possui. Ficai sabendo então que esta não é a primeira vez que nascestes na Terra e que sois crianças. Todos vós já fostes grandes, tivestes um lar vosso, tivestes filhos que também criastes e educastes. Agora sois novamente filhos e haveis de crescer e construir novos lares, porque isso faz parte da lei da vida.

“Estais presentemente nesta escola para aprenderdes a lidar com as coisas da Terra, para o que se torna indispensável saber ler e escrever corretamente. Depois desta escola vosso Espírito vos guiará aonde tiverdes de ir, sempre com o objetivo de aprimorardes os vossos conhecimentos e a vossa moral. É necessário, entretanto, que procureis ver em todas as outras crianças e em todas as pessoas, criaturas filhas de Deus como vós próprias, e por isso merecedoras da vossa amizade e respeito. Quando vossos corpinhos de hoje se tornarem velhinhos e imprestáveis ao seu uso pelos vossos Espíritos, eles, os corpos, morrerão, serão sepultados no seio da terra. Vós porém, filhos meus, vós não morrereis nunca, porque os Espíritos não morrem jamais. A vida do Espírito é eterna, in­finita. Quando, pois, os vossos corpos se tornarem imprestáveis ao uso deles pelo Espírito, vós os abandonareis e regressareis ao mundo espiritual, onde tendes estado muitas vezes nos intervalos das vossas encarnações, e onde encontrareis todas as pessoas que foram vossos parentes e muitos conhecidos que partiram da Terra antes de vós.

“O que então eu quero deixar bem claro ao vosso entendimento é isto: os Espíritos não morrem nunca. A vida do Espírito é uma sucessão de encarnações e desencarnações neste pequeno mundo terreno. Por isso é preciso que procureis aprimorar as vossas boas qualidades e orar constantemente a Jesus para que vos abençoe, guie e proteja nesta nova vida que estais iniciando. Amai, por­tanto, a Deus e a Jesus de todo o vosso coração e amai aos vossos amigos e conhecidos como se irmãos vossos também fossem, filhos dos vossos pais. Esta é a lei da vida, e portanto, a lei de Deus.”

O professor despediu-se e se retirou como da primeira aula. Os ouvintes, crianças e adultos manifestaram-se maravilhados com esta segunda aula, ministrando ensinamentos jamais ouvidos na localidade. A professora sentiu-se um tanto enciumada em face dos ensinamentos dados aos seus alunos, e que ela se sentia incapacitada para dar. Resolveu por isso tomar as suas notas com o objetivo de se preparar para ministrar futuramente aulas semelhantes às novas turmas de alunos.

O mantenedor da escola mostrava-se radiante e continuava as suas meditações diárias, durante as quais muito ouvia e aprendia no Espaço. As aulas de religião continuaram naquela escola duas vezes por semana durante algum tempo.

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