Novo Detalhe da Vida Espiritual - Vida Nova Cap. XXII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 01/02/2016 - 17 min leitura
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As horas, os dias, os meses e anos que separam os habitantes da Terra do início de um novo ciclo de civilização, devem ser vividos por todos os seres humanos como se raridade fossem em sua vida atual. Qualquer desperdício verificado nestas frações de tem­po representará para cada um que as desperdiçar uma perda bas­tante sensível para a sua evolução espiritual.

Efetivamente, como foi dito e redito em páginas anteriores, aproxima-se uma fase inteiramente nova para a Terra, uma fase como nenhuma outra jamais aqui se verificou em toda a sua exis­tência de mundo habitado. E como não poderia deixar de ser, as modificações a se operarem em todas as latitudes deste pequeno plano físico de vida, hão de atingir a quase totalidade dos seus atuais viventes, muitos dos quais se encontram já em final de en­carnações promovidas pelos fenômenos telúricos a se manifestarem no solo terreno nos próximos anos. E assim devendo suceder em virtude desses fenômenos, resta saber se todos os seres humanos do presente se encontrarão em condições de regressar aos seus planos de origem. De um exame procedido no Alto, constatou-se que uma grande maioria de Espíritos presentemente encarnados se tem descuidado desta particularidade, por se haverem ocupado até agora exclusivamente com os seus interesses materiais.

Na hora presente não interessa mais às Forças Superiores que dirigem a vida humana na Terra, se este ou aquele filho são adep­tos desta ou daquela religião, se praticam ou não os seus preceitos, ou se conservam afastados de todas para se dizerem apenas ateus. Esta fase já foi transposta desde muito, não cabendo mais nenhum esforço de catequese, porque a ordem foi dada no sentido de ini­ciar-se sem mais demora a fase de transformação da Terra, e isto importará, sem nenhuma dúvida, na partida de irmãos de todas as crenças religiosas, assim como dos que as não tenham.

Há entretanto um recurso para quantos desejarem transpor a fase transformatória que se aproxima, de Espírito tranqüilo, quer tenham de regressar ao seu plano de origem quer tenham de per­manecer por mais tempo no solo terreno. Esse recurso já o conhe­cem todos os leitores, porque tem sido o objetivo de quantas Enti­dades me precederam na confecção deste volume, que é o recurso da oração ao Senhor Jesus, que está  atento aos acontecimentos e às necessidades dos seus guiados terrenos. Eu me ocuparei então de assunto bastante útil quanto interessante para o desenvolvimento espiritual dos meus estimados irmãos leitores.

Eu me ocuparei em vos transmitir apenas um novo detalhe da vida espiritual, pelo qual todos ficareis conhecendo algo mais acerca da vida no Além, de onde todos temos vindo a Terra e a ela re­gressado um grande número de vezes nos milênios decorridos em nosso aprendizado espiritual.

Falarei então da maneira pela qual todas as almas que regressam da Terra se integram novamente na vida do plano a que pertencem, e dos deveres que nele assu­mem apenas terminado o período de repouso a que se entregam em seguida à sua desencarnação. Havendo como há realmente um plano de vida perfeitamente organizado no Além, plano em que cooperam todos os Espíritos que nele habitam, eu vos direi que aí encontram ocupação remunerada todas as almas que o povoam. Existe ali, por melhor dizer, todas as espécies de atividades que conheceis, desde a indústria de vestuário, de calçado inclusive, à de alimentação e construções, pois que, embora isto vos possa parecer fantasia, todas as almas vivem acomodadas em habitações condig­nas, apresentando verdadeiros requintes de arte e beleza como ainda se não conhecem na Terra. Nessas construções se empregam milha­res de almas ou Espíritos, de cujo labor retiram a paga que lhes fa­culta a aquisição de sua própria residência, se a desejarem, assim como os elementos de que carecem para a sua alimentação. Isto sucede, naturalmente, àqueles que desejam ocupar o tempo em ati­vidades remuneradas, vivendo uma existência alegre, feliz, orando fervorosamente ao Pai Celestial nas horas próprias, em que toda a população o faz.

Não quero com isto dizer-vos que não vivam no Espaço tam­bém irmãos que se recusam a trabalhar seja no que for, dada a sua nostalgia da vida terrena e só nela se preocupando as vinte e quatro horas do dia. Assim procede a um não pequeno número de Espíritos que preferem nada fazer e se conservam apáticos por anos e anos afora.

Quando chegar a vossa vez de regressardes ao vosso plano de vida espiritual, o que acontecerá talvez pela milésima vez, depa­rareis com um panorama já muito vosso conhecido, e muito vos alegrareis em rever localidades e pessoas que lá deixastes ao des­cerdes para a vossa existência atual. Devo acrescentar que en­contrareis no vosso plano muito belas lojas de vestuário, quinqui­lharias, objetos de utilidade constante, tudo muito semelhante ao que existe na Terra e para todas as categorias espirituais. Embora esta informação possa parecer-vos fantasiosa, eu repito que não o é absolutamente.

Para vossa melhor compreensão eu lembrarei a cir­cunstância de ser a Terra um planeta ainda bastante atrasado, e no entanto aqui se encontram instituições de várias finalidades que não são senão cópias grosseiras das que existem no Espaço, ou seja no plano espiritual a que pertenceis. Em matéria de hospi­tais, por exemplo, o mundo terreno ainda se encontra a bem dizer na infância de sua atividade. No Alto encontrareis numerosas organi­zações hospitalares que são verdadeiros modelos no gênero, as quais atendem diariamente  a quantos delas necessitam, e o fazem de uma maneira que encanta aos Espíritos atendidos.

Estou percebendo o vosso espanto, meus queridos irmãos leito­res, ao lerdes estas minhas palavras, quando supúnheis que as almas deveriam viver no Alto uma vida contemplativa apenas, sem outras ocupações. Absolutamente, amigos meus. No Alto traba­lha-se e trabalha-se muito em todos os setores, muito mais ainda do que na Terra.

Para que possais ter uma vaga idéia de alguns desses trabalhos, acompanhai-me em pensamento nas poucas visitas que vamos fazer junto, a alguns setores de trabalho espiritual. Ora bem, pois. Vejamos aqui à nossa direita este Espírito radioso que tão ocupado se mostra. Vejamos o que faz assim tão atento. O que tem ele à sua frente na mesa de trabalho? Vedes o pequeno motor que ele manobra? Sabeis o que é? É uma miniatura de um motor de aviação no qual este esforçado irmão está testando um combustível dife­rente, para aplicação futura na Terra. Está este Espírito empenhado nesse estudo há já alguns anos, objetivando trazer a Terra esse novo motor que será capaz de revolucionar a vossa aviação atual. Vedes ao seu lado, meio imperceptível, a figura de outro Espírito, assistindo, interessado no seu trabalho? Pois bem; trata-se de um Espírito com ele afinado no propósito de descobrirem esse revolu­cionário processo, Espírito cujo corpo dorme na Terra neste mo­mento e ele aproveita esses minutos para prosseguir junto ao seu amigo no Além o estudo dessa inovação. Neste mesmo local em que em pensamento vos encontrais, um pouco mais adiante, outros en­genheiros espirituais estudam empenhadamente a estabilização do avião, cuja descoberta já está bem próxima de descer a Terra. O processo, a bem dizer, já foi encontrado; o que no momento ainda constitui objeto de estudo, é a espécie de material requerido para isso, o que está sendo pesquisado na superfície terrena. Necessi­ta-se de uma espécie de material que possa produzir no ar o mesmo efeito da cortiça sobre a água, e este já foi encontrado mas em quantidades insuficientes. Mas os estudos prosseguem com todas as probabilidades de êxito.

Em relação ao nosso irmão que encontra preocupado com o novo motor, estamos observando os apontamentos que vai transmitindo ao seu colega encarnado e ali presente em Espírito, para que o mesmo os prove em sua oficina terrena, logo que o dia amanhecer na Terra.

Isto é apenas um detalhe do trabalho que se realiza diaria­mente no Alto, ao qual se devotam todos os Espíritos empenhados em auxiliar o progresso planetário dos planos a que pertencem. Enquanto estes dois amigos se empenham no estudo do seu novo motor, vede estes outros irmãos que passam ao vosso lado condu­zindo várias espécies de alimentos. Vejamos mais de perto o que conduzem em seus veículos. Vede que beleza de frutos maduríssi­mos, cujo perfume nos chega e nos atrai. Vede a espécie de ali­mentos outros, produzidos em suas belas confeitarias, que vão servir a inúmeros Espíritos que se encontram no trabalho e os remuneram fartamente. Sim, amigos e irmãos meus; lá como aqui há trabalho, trabalhadores e alimentos como na Terra, com exceção absoluta da carne. Os animais que lá vivem, e são de muitas espécies, ajudam os trabalhos que podem ajudar, e recebem como paga um trata­mento adequado, porque são como nós outros, seres em busca de progresso espiritual. Muitos deles já se haviam afeiçoado na Terra a determinados Espíritos; e em se reencontrando no Além, celebram alegremente o fato, prosseguindo na sua dedicação.

Agora, amiguinhos meus, chegou à hora do descanso. Vamos assistir no Templo às orações do dia, que todos fazem. Como vedes, o Templo ergue-se ao centro da grande praça que temos ali à nossa frente. Observai a verdadeira multidão que se dirige para lá. Eu vos explico por que o fazem todos ao deixarem o tra­balho em vez de voltarem depois de sua refeição da noite. O motivo é pois o seguinte: considera-se nos planos espirituais mais evoluídos, ser o trabalho a maior graça concedida pelo Pai Celestial a todos os filhos que sentem necessidade de trabalhar. Por isso é que se usa, ao encerrar os trabalhos de cada dia, dirigirem-se as almas ao Templo para agradecer em palavras de verdadeiro reconhecimento ao Senhor, aquele dia de trabalho que lhes proporcionou também um passo a mais em seu progresso espiritual. Este espetáculo é belíssimo, amigos meus. Repleto o Templo, com numerosas almas acomodadas e muitas outras formando um colar externo porque não puderam entrar nesse dia, eis que Entidades de grande lumino­sidade, incumbidas do serviço religioso, abrem a solenidade espar­gindo sobre quantos se encontram no Templo e cercanias, um deli­cioso perfume, irradiado de seus elevados Espíritos. Pronunciam todos com o maior recolhimento   a   sua   oração  ao  Senhor  Jesus pelas bênçãos recebidas nesse dia em forma de trabalho espiritual, e entoam em seguida os mais belos cânticos que imaginar se possa neste mundo ainda tão desafeito à oração noturna.

Apesar de haver templos por toda parte, sua freqüência cresce constantemente, sucedendo como acabais de ver, permanecerem do lado de fora muitas almas que hoje chegaram tarde.

A oração é considerada no mundo espiritual muito mais neces­sária à vida dos Espíritos do que na Terra o vosso pão cotidiano. Por tal motivo é que apenas encerradas as tarefas do dia todos os habitantes do plano — quase todos porque também vivem ali os pre­guiçosos — se dirigem diretamente ao Templo para só então se recolherem às suas residências para o necessário repouso.

Meus queridos irmãos: o assunto é riquíssimo e eu gostaria de descrever mais algumas cenas diárias do plano espiritual que vos aguarda. Foi-me traçado porém um limite à minha mensagem, o qual não posso ultrapassar. Meditai no que ai fica porque para os vossos Espíritos não constitui nenhuma novidade. Aqui se despede rogando ao Senhor bênçãos em profusão para todos vós, o Espí­rito de - JOAQUIM NABUCO

 

Not. biogr. — Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo — 1849-1910 — Es­critor e diplomata brasileiro. Filho de José Thomaz Nabuco de Araújo, conselheiro e senador do império. Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, sua terra natal, em 1870, ingressou logo na imprensa política do país, onde demonstrou a exuberância do seu talento na defesa das idéias liberais, como defensor apaixonado da abolição da escravatura. Ainda aca­dêmico, funcionou como advogado no Juri por três vezes em defesa dos es­cravos. Pode dizer-se que a extinção daquela mancha negra que era a escra­vatura no Brasil, constituiu a idéia mater de Joaquim Nabuco, iniciada desde os seus tempos de estudante, e que só terminaria com a Lei Áurea sancionada pela Princesa Isabel a 13 de maio de 1888.

Como deputado pela então Província de Pernambuco, Joaquim Nabuco pronunciou discursos parlamentares notáveis em defesa da libertação dos escravos, que causaram profunda impressão, tanto entre os seus pares como no país inteiro. Sua atuação na tribuna do Parlamento, iniciada em 1880, teve o mérito de projetar o movimento abolicionista por todo o território nacio­nal. Nabuco desempenhou vários mandatos parlamentares como deputado por Pernambuco, destacando-se sempre como orador primoroso, alinhando ao dom do improviso a correção literária. Com a proclamação da República, à qual não aderiu, Nabuco abandonou as atividades políticas para se dedicar ao estudo e à literatura. Nabuco era grande admirador de Camões, tendo publicado em 1872 o livro “Camões e os Lusíadas” para comemorar o tricentenário da publicação desse poema, no qual ressaltou sua admiração pelo épico português. Mais tarde, quando embaixador em Washington, proferiu conferências em inglês sobre a obra de Camões em três Universidades norte-americanas. Publicou vários livros, destacando-se dentre eles “Balmaceda”, “Minha formação” e “Um Estadista do Império” onde evidenciou suas belas qualidades de escritor.

A convite do governo brasileiro foi árbitro da questão de limites entre o Brasil e a Guiana Inglesa, a cuja difícil tarefa dedicou toda a sua energia e talento, figurando as memórias que apresentou, entre os seus melhores tra­balhos. Terminado o litígio foi nomeado ministro do Brasil na Inglaterra e depois nos Estados Unidos da América do Norte, onde a sua distinção pes­soal e o seu talento, granjearam-lhe grandes simpatias e admiração nos círculos diplomáticos. Sua desencarnação ocorreu inesperadamente em Washington a 17 de janeiro de 1910, tendo o governo dos Estados Unidos, numa homena­gem ao seu talento e à sua cultura, enviado ao Brasil o couraçado “North Carolina” conduzindo os despojos deste grande brasileiro.

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