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por Nova Ordem de Jesus. 02/03/2016 - 33 min leitura
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Jesus define rapidamente a origem e desenvolvimento do espírito. Sua ascensão para Deus pelo progresso. Sexta-feira Santa. Jamais Jesus pretendeu passar por Deus.
Definamos hoje, irmãos meus, a graça inerente à natureza humana e ascendamos os escalões que levam ao conhecimento da criação do homem.
Parto de um princípio e digo que o livre arbítrio e o sentimento de responsabilidade das ações são dados ao homem no estado natural e primitivo. Digo que a alma humana os desenvolve à medida que sua luz intelectual se torna mais viva, e acrescento que esta luz intelectual é própria do espírito.
O espírito é uma criação de Deus, da qual a alma foi a promotora e a matéria sua expressão.
O espírito adquire cada vez maior lucidez para desenvolver seu princípio espiritual e amortecer suas primitivas tendências, inteiramente animais.
O espírito do homem novo não pode conceber as alegrias espirituais, porém mantém-se, em suas relações materiais, alheio a toda demonstração de ferocidade, quando traz de sua precedente habitação instintos brandos e em harmonia com o estado social que abraça. O espírito do homem novo torna-se delinqüente quando traz de sua precedente habitação o desejo das demências atrozes e o gosto pelas lutas furiosas.
O homem novo deve seu fácil adiantamento ou seu embrutecimento prolongado à intervenção dos espíritos de que está rodeado e o progresso do mundo encontra-se entravado pelo baixo nível moral de todos. A Terra deve a seu Criador o justo tributo de seu próprio progresso e, entretanto, retarda sempre este progresso como se lhe fosse dificultoso o descobrir a meta e a origem, como se desconfiasse do porvir e quisesse ignorar o passado.
Todos os homens se têm ocupado do destino do homem, mas todos lançaram um sombrio olhar de desalento sobre a sua origem. Eu vou dar-vos algumas noções a respeito de dita origem, ainda que estas noções sejam acolhidas com o ceticismo próprio da época, cujo triste resultado moral eu deploro. A criação, irmãos meus, não se encontra tão acima do alcance de vossa inteligência que não se possa explicar-vô-la com um raciocínio humano.
Ofereço-me, portanto, a vós, como um filósofo da Terra, como um espírito, cujas investigações se viram coroadas pelo êxito e chamo para isso vossa atenção. Voltarei a tomar depois meu nome e meu título; agora não sou senão um amigo vosso, que vem comunicar-vos as impressões recebidas em regiões mais propícias para a educação moral e intelectual dos homens. Apresento-me como um professor de belezas desconhecidas e tomo a palavra com o desejo de iluminar-vos. Estudo há muitos séculos, adoro o poder divino e alimento com sua luz a lanterna que eu possuo.
Irmãos meus, para que o quadro da criação seja compreensível para vós é necessário admitir como ponto de partida: a alma, como faculdade sensitiva; o espírito, como faculdade pensante; a matéria, como faculdade demonstrativa, no mundo em que habitais.
A alma, como dependência do princípio vital universal; o espírito, como criação deste princípio vital; a matéria, como expressão da sensibilidade e da inteligência.
Minhas demonstrações a respeito do espírito constituirão o tema deste capítulo. É necessário, por conseguinte, estabelecer uma base para a demonstração e determinar as funções do espírito, completamente distintas das da alma.
A alma é o princípio do movimento e das sensações. A alma é o sopro divino que se desliza e se reanima pela força da matéria, que se alimenta das forças da natureza carnal e que se extingue com o seu enfraquecimento.
O espírito é uma dependência da alma e da matéria, no princípio caracteriza-se pela recordação, que estabelece a personalidade, convertendo-se em uma criatura inteligente, pelo contínuo desenvolvimento de sua natureza, desenvolvimento inerente à transformação e emancipação de suas demonstrações exteriores e de seus desejos íntimos.
Nas raças de espíritos inferiores a memória está circunscrita a hábitos naturais e a combinações pueris. Nas raças mais elevadas a memória converte-se na fonte do progresso, dirigindo sua luz sobre as faltas cometidas no passado. Nas regiões inteiramente espirituais a memória tira do passado ensinamentos preciosos para compreender e fazer compreender o porvir. O espírito converte-se em um iluminado com respeito aos desígnios de Deus e se eleva sem descanso para as verdades eternas, cujas profundidades já mediu.
Nas primeiras manifestações de sua personalidade, o espírito procede como as crianças nos mundos carnais; caminha com temor e dirige olhares de surpresa sobre tudo o que ainda não chega a conhecer; harmoniza sons cujo significado ninguém compreende senão os espíritos de sua categoria; foge da luz, que lho inspira temor, e acerca-se da chama, que o diverte; presta pouquíssima atenção aos ensinamentos de sua vida e não o atraem senão os gozos presentes; nada prepara e muito pouco recorda.
Durante o completo exercício de suas forças, o espírito torna-se mau por cálculo, de mau que era pelo ócio ou pelos desordenados desejos de seus instintos materiais. No meio da luz de seus deveres, o espírito converte-se em delinquente, olvidando-os para satisfazer paixões cuja perniciosa influência ele conhece, e a partir desta degradação moral o espírito cai na perturbação da morte para despertar entre as angústias da dúvida e nas trevas do erro. Quando o espírito humano cai no meio dos gozos bestiais, ainda que sem delinquir, porém ingrato para Deus, perde a pureza de sua alma. Engolfado em divagações enfermiças, o espírito humano perde amiúde, de vista, o verdadeiro objetivo da vida carnal e sua ciência, tão estimada pelos homens, não lhe proporciona a paz do coração e a saúde da alma. Que é a alma senão a parte sensível do ser, o direito de sentir e de respirar, a capacidade de gozar e de sofrer?
O espírito do animal que vos segue como primeiro depois de vós, homens novos, é incapaz sem dúvida de arbitrar melhoras e fantasias de comodidades, porém quem impedirá a sua alma de conhecer a dor, de chorar a separação, de alegrar-se pela maternidade e de entregar-se às expansões do amor?
O espírito desse homem novo, ó homens velhos, encontra-se certamente desprovido das faculdades adquiridas por vós outros no exercício dos dons de Deus; porém sua alma não tem nenhuma diferença da vossa, quando são iguais as forças morais. Explico-me melhor: Se vosso espírito, no exercício dos dons de Deus, quero dizer, no caminho dos gozos e dos conhecimentos adquiridos, deixou vossa natureza humana cheia de vícios, porque se tenha inclinado ao mal o livre exercício de vossas faculdades, a alma se ressente deste embrutecimento e permanece inerte na sensação das alegrias que lhe são inerentes e como que deserdada pelo distribuidor destas alegrias. O espírito concebe as boas ações e a alma felicita-se por isto. O espírito descobre a verdadeira energia e a verdadeira justiça, fortalecendo-se a alma pelo impulso que elas lhe dão. O espírito honra a lei dos mundos e afasta de sua natureza brutal o gosto pelas infrações dessa lei e a alma empresta-lhe a sensibilidade de sua essência para harmonizar os preceitos da lei com o sentimento do benefício e o horror à crueldade. Se o espírito titubeia em seguir a luz da evolução, a alma sofre e chora. A alma eleva a voz no silêncio, na solidão e esta voz chama-se consciência.
A alma é a consciência do espírito, a alma é a elevada expressão da moral, colocada no ser como semente do porvir.
A alma nos animais destruidores parece asfixiada pela ferocidade do espírito, mas logo que o espírito melhora, a alma toma a feição que lhe é própria, quer dizer, que domina os instintos grosseiros, até onde lhe permite o desenvolvimento da inteligência. Ela anuncia-se por meio da potência das emoções ternas e pela manifestação de saciedade dos prazeres corrompidos. A alma se assenhoreia da situação quando as faculdades do espírito1 perdem seu prestígio sobre a matéria, mas neste caso a marcha humana se debilita e a derrota torna-se completa por causa da ruptura da trindade, a alma, o cérebro2 e o corpo. O espírito não oferece mais que demonstrações e a dilatação dos órgãos, dos que precisa por não tê-los mais, os sons do pensamento se desviam como os sons de uma voz escutada por ouvidos atacados de surdez.
O pensamento é o labor do espírito, o espírito pensa sempre. O espírito caminha para a frente pelo engrandecimento de seu pensar. O espírito não perde seu equilíbrio na loucura senão quando a fraqueza de seu instrumento torna imperfeitas ou nulas suas manifestações. O espírito agita-se durante a febre porque seu organismo se encontra enfermo. O espírito perde seu poder de iniciativa na velhice pelo desgaste de seu meio de manifestação. O espírito também durante a loucura ilumina com seus relâmpagos, porém depressa se cansa da luta e esta luta determina o fim da vida corporal. O espírito não se revela na infância porque o cérebro não tem o desenvolvimento conveniente, do mesmo modo que na velhice o sentimento da animalidade domina a natureza humana; porém à medida que se adquirem forças, o espírito3 se evidencia através do nevoeiro que o envolve, demonstrando seu caráter e suas aptidões. O espírito não permaneceu inativo depois de sua última etapa em um mundo carnal, mas o estado de torpor produzido por uma nova emigração tira-lhe a sensação de seu poder, e aí, como em outra parte, a memória se enfraquece no sentido da manutenção dos decretos de Deus. A memória da criança e a memória do homem guardam do passado tão-somente as tendências e os gostos, dos quais a presente existência oferece a prova inegável. A memória da criança manifesta-se em suas inclinações, a memória do homem umas vezes ilumina com a luz do gênio sua nova carreira e outras evidencia faculdades pueris ou alumia sua rota com a luz sinistra de delitos vergonhosos ou imundas orgias do espírito.
Se em um momento dado aparecem resplendores da memória do espírito no cérebro humano, o ser se encontra elevado em um êxtase de poesia no meio de visões de longínquas harmonias; se são outros os reflexos dessa memória que relampagueia no cérebro, o homem pode converter-se em um inovador.
O poder da memória leva consigo a luz que ilumina o caminho humano e a sensação do ser no vasto horizonte dos descobrimentos é uma lembrança confusa dos anteriores esforços de cada um. O homem sente-se impelido para o progresso pela memória e nada fica perdido para ele, apesar das interrupções momentâneas de suas forças intelectuais. As privações da inteligência não levam consigo a anulação de seus esforços e o repouso do espírito nada lhes tira de sua penetração e de sua atividade futura.
O sentimento das luzes intelectuais é conseqüência do adiantamento do espírito. A tendência moral para as belezas da Natureza demonstra a sensibilidade da alma e esta sensibilidade encontra-se quase sempre associada ao progresso do espírito.
A luta dos instintos carnais com o princípio espiritual que anima o espírito adiantado é o trabalho imposto a este espírito. O testemunho de sua vitória assegura-lhe um aumento de faculdades morais e intelectuais para sua nova peregrinação.
O fracasso repentino do princípio espiritual na luta, submerge o espírito no estupor, no repouso humilhante, no enfraquecimento das aspirações divinas, no remorso e no abatimento da alma.
Não quero acompanhar em sua expiação aos espíritos que hajam desmerecido de si mesmos, porque o argumento de minha exposição é alheio à descrição dos tormentos inerentes a toda culpa, correspondendo-me tão-somente tratar das graças derramadas sobre o espírito do homem, que tenha permanecido firme no meio da luz alcançada, em suas anteriores existências.
Tomo o encargo de provar o elevado ensinamento, da chamada, com propriedade, graça, da graça outorgada à natureza humana de conhecer sua origem e seu destino, mediante a aprendizagem de seus deveres e em virtude das manifestações da verdade.
Na natureza humana, já disse, existem seres novos e seres renovados, espíritos saídos recentemente do embrutecimento material, sem outro reflexo de luz que os guie a não ser o instinto da alma, que, dominando o espírito, se encontra por sua vez dominada pela matéria, espíritos que passaram por esperanças de vida, por sofrimentos de degradações, por desânimos, por alegrias, por lampejos, por quedas, por êxtases de felicidade, por tristezas, por glórias, por martírios. Espíritos cujos sofrimentos foram filhos de seus excessos e aos que o horror da morte os arrojou no meio do terror e do arrependimento. Espíritos que estão chamados a sustentar a seus irmãos e a ascender os degraus do poder espiritual. Espíritos fortes pelo desenvolvimento de sua inteligência. Espíritos dispostos ao bem pelo desenvolvimento de suas faculdades, preparados para a felicidade por seus sentimentos de justiça e dominados pelos desejos das investigações.
Fundamento minha definição sobre a dependência das forças intelectuais da natureza espiritual e digo que o grau da inteligência é proporcional à extensão dos conhecimentos adquiridos pelo espírito, nos desenvolvimentos alcançados nas sucessivas existências temporais e de alianças produtivas, no caminho ascendente das faculdades da alma e na atividade do elemento divino.
A ciência humana chegou a demonstrar a influência efetiva das funções do cérebro sobre as manifestações intelectuais, porém este fato, material para os olhos dos humanos, guarda dependência com o organismo4 espiritual, porquanto, o cérebro não é mais que o espelho do espírito e o espírito vê-se colocado em um meio que lhe é favorável para cumprir os decretos de Deus e preencher os fins de sua criação.
Todos os espíritos devem descobrir o poder de Deus e a dependência de sua própria natureza. Todos os espíritos devem estudar a origem e o objeto da existência, porém devem ao mesmo tempo dominar o instinto natural da matéria para converter esta descoberta e este domínio no pedestal de sua grandeza espiritual. Todos os espíritos humanos, ainda que tenham de permanecer séculos na ignorância, não sairão desta ignorância senão quando suas tendências carnais5 hajam sido finalmente anuladas, mediante esforços de paciência e provas de pureza em presença da elevada esperança dos bens faustosos da espiritualidade.
Allan Kardec, na introdução ao estudo da Doutrina Espírita, diz o seguinte: “O laço, ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede ao fenômeno das aparições” (Livro dos Espíritos).
Irmãos meus, no mundo em que habitais, as influências do círculo de vossas alianças e a cegueira do espírito não permitem ao pensamento elevar-se até os deliciosos gozos da espiritualidade. Ele não é capaz de desprender-se dos objetos materiais e poucas vezes lhe é dado meditar sobre a potência de Deus, sentindo-se em seguida desviado pelas aparentes contradições recolhidas no mesmo seio da natureza terrestre; mas a força da graça está aí, a luz de Deus fende as trevas, a vontade do espírito despedaça o jugo que o aprisiona. Então, o espírito humano, pobre ainda, porém resolvido a conquistar seu engrandecimento, rasga o véu que lhe esconde a adorável imagem de Deus.
Oh divina natureza da alma! Atira teus laços e tuas doçuras sobre o caminho do homem, no meio das tribulações materiais, e concede os dons da ciência aos que te reconhecem como elemento de vida e de felicidade! Sê a alegria dos crentes e provoca entre eles as idéias de reformas, apura seus gostos, amplia seus pensamentos e procura-lhes honras de alta moralidade! Faze baixar entre as sombras das paixões a tranqüila claridade, acalma a febre das paixões, destrói as causas do delito, aplicando a todos os males o bálsamo da palavra celeste! Converte-te em consolo dos justos, mas dá também aviso aos pecadores e faze a luz na noite de seus espíritos! Bela e santa poesia da alma! Domina as humilhações da matéria carnal e converte-te na fonte dos melhoramentos do espírito humano! Irmãos meus, a dependência do espírito humano, da natureza espiritual da alma é a base do pensamento eterno de Deus para converter as criaturas no objeto de seu amor. O princípio da religião universal descansa sobre esta base, que vos demonstra o homem em seu porvir, livre do jugo dos vícios da natureza carnal e resplandecente dos atributos da alma, cuja natureza é divina.
Afasto de meu pensamento a lembrança do embrutecimento do homem e apresento a seus olhos o desenvolvimento futuro de sua natureza espiritual, colocando como princípio o indicado resultado dos esforços do ser e da multiplicidade de conhecimentos adquiridos. Mas devo deduzir de tudo o que disse que os esforços do trabalho e a multiplicidade das luzes determinam o adiantamento do espírito e descrevem o círculo de suas atribuições no eterno pensamento divino. Aparto de minha natureza o quadro dos humilhantes erros do espírito humano, porém aspiro à sua regeneração e esta aspiração chegará a ser uma realidade. Desvio a vista dos hábitos monstruosos, dos negócios desonrosos, das prepotências, dos delitos, dos horrores, das corrupções e vejo no fundo do céu de minha alma, desenvolvimentos, mudanças, elevações, honras e forças para conquistar o poder espiritual.
Retardados para com sua natureza espiritual, os homens convertem-se em fratricidas e ímpios: voltados à felicidade que proporciona a memória da alma, compreenderão o destino de seus espíritos e a justiça da carga que constitui as provas da vida corporal. Saberão harmonizar as potências do impulso carnal, com a solidez dos preceitos da ordem superior, colherão o doce fruto da oração, quando esta oração seja dirigida ao Criador do Universo, cujas obras serão respeitadas e observadas suas leis.
Todos colaborarão nos propósitos divinos quando se entreguem ao trabalho reconhecendo-o como a causa do aumento da força e da inteligência, que nos aproximam a Deus. Os homens encontram-se afastados de Deus. Os espíritos da Terra são inferiores como famílias e como individualidades. A elevada expressão da inteligência divina encontra-os frios e céticos, o desenvolvimento de seu órgão auditivo não está em relação com as harmonias da graça, de cujos dons estão rodeados, e a pureza do elemento espiritual fá-los parecerem larvas que se arrastam por cima das carnes putrefatas de um cadáver. Mas, já o dissemos, a graça da força está ali... a luz de Deus penetra através das trevas, a vontade do espírito despedaça o jugo que aprisiona, e portanto o espírito humano, pobre ainda, porém resolvido a engrandecer-se, rasga o véu que lhe esconde a adorável imagem de Deus. O fim dos espíritos é progredir e pouco lhes importa a natureza dos obstáculos que os rodeiam. Que pode importar-lhes as ambições mesquinhas de sua passagem momentânea na vida material? A desproporção dos avanços intelectuais com relação à idéia da verdadeira justiça e das elevadas graças, que por todas as partes os rodeiam, há de desaparecer por efeito da vontade e há de evidenciar-se a natureza espiritual quando se apagar a materialidade sob o império de maiores progressos e de alianças mais nobres em manifestações da alma.
Os espíritos da Terra encontram-se afastados de Deus por causa da inferioridade de sua natureza que os submete a leis monstruosas de impiedade e a costumes de bárbaros gozos. Porém espíritos de mais elevada natureza vêm emancipar o pensamento e ampliar o critério dos espíritos da Terra e com freqüência lhes são concedidas forças de luzes especiais que lhes permitem, mediante auxílios de natureza intermediária, poder sustentar-se no meio desses espíritos atrasados no meio do ambiente escuro e do sofrimento da Humanidade.
Pobres espíritos terrestres! Humilhai-vos perante a ciência dos delegados de Deus, para abreviar o caminho para vossa espiritualidade. Permanecei na expectativa dos bens futuros, caminhando de uma maneira altiva e consciente em meio das paixões e dos males da Humanidade, para reprimir as tendências perniciosas de vossa natureza e para aliviar aos mais miseráveis entre vós. Aprendei a conhecer a finalidade de vossa existência e prossegui o trabalho de vossa regeneração, apesar da pressão que o espírito deve suportar por efeito da luta e da indiferença dos homens entregues aos gozos e ao orgulho. Buscai auxílio e consolos na fonte da Divindade e aliviai o fardo das dores próprias da natureza corporal com o emprego das forças da natureza espiritual.
Sim, irmãos meus, é realmente Jesus quem vos fala, mas a alegria intelectual derivada das manifestações de seu espírito não pode ser concedida senão aos que tenham começado a tarefa de sua purificação, o trabalho de sua desmaterialização, aos que tenham entrado já pelo caminho das reformas de sua própria natureza animal e pelo das lutas contra si mesmo, contra todas as paixões desorganizadoras da alma, contra todos os vícios que fazem o espírito baixar ao nível dos brutos, contra a ambição dos bens terrestres, contra a faculdade pensante que fomenta tão-somente culpáveis ficções, más doutrinas, delírios de imaginação dignos de lástima, falsos estudos filosóficos, tristes soluções, desprezíveis negações da existência de Deus.
Descobri vossos destinos, irmãos meus, na manifestação espiritual. Praticai excursões ao centro da luz e libertai vossas almas dos laços que as oprimem. Permanecei defensores do livre pensamento, ó vós que desejais a emancipação do espírito! Porém fazei participar da discussão o grande nome de Deus e inclinai-vos perante os testemunhos de seu poder e de seu amor. Acumulai tesouros de ciência, porém lembrai-vos que sem a devida participação do espírito não existem verdadeiros triunfos para o homem e abandonai o tolo orgulho e o insolente desprezo das naturezas inferiores pelo que sabem e pelo que não sabem, por não conseguirem percebê-lo.
Influí em favor da educação geral das massas e empregai vossas faculdades para o bem geral. Arrebanhai crentes para a religião universal, fazendo-vos seus apóstolos. Ela quer a fraternidade entre os homens e a devoção para com Deus. Buscai o elemento divino em sua pureza e a paz no mundo, relacionai o amor da família com o amor entre todos os espíritos, aproximai-vos à habitação humilde, do mesmo modo que à faustosa morada, e explicai o porquê do rigor das provas a par da abundância dos dons; o porquê da grandeza das idéias a par da desnudez do espírito, do caminho das honras a par do estacionamento das faculdades, da posse de grandes inteligências a par do desenvolvimento puramente vegetativo do homem em suas fases de crescimento e de pausa. Humilhai a natureza carnal no que ela tem de bestial. Destruí a vergonha no matrimônio substituindo-a pela sinceridade e a delicadeza do amor.
Fugi da glória adornada de sangue, das alegrias compradas com o preço da desonra, dos vapores da embriaguez e das tentações da carne.
Fazei que desçam sobre vós as forças da pátria celeste, pedindo-as com o fervor de uma alma cheia de esperança e orai, como oram os anjos, sem vestígios de fraqueza e com a abnegação das grandes almas.
Empregai no cumprimento das leis humanas a força demonstrativa do espírito, que luta contra a sensibilidade da alma, porém deixai que a alma fale para dar provas de fraternidade. Castigai o assassinato, porém jamais mateis o assassino: o direito de morte só a Deus pertence.
Fazei repousar a lei humana sobre a lei divina e levantai o culpado depois da expiação para induzi-lo a seguir o caminho da reabilitação e da liberdade.
Despojai o homem velho de todas as suas velharias, rejuvenescendo-o em todo sentido, e escrevei sobre o seu rejuvenescimento esta máxima religiosa, humanitária e fundamental: Deus para todos e cada homem para seus irmãos.
Dizei a todos os espíritos que a graça adquire-se pelo bom emprego de todas as faculdades e ponde em execução, para a regeneração social, a penosa, porém gloriosa atividade dos nobres filhos de Deus, dos inteligentes e dos fortes mandados em auxílio dos ignorantes e dos fracos.
Então, irmãos meus, Jesus não vos parecerá mais tão distante de vós e as manifestações de seu espírito enraizarão as convicções nos vossos, assim como a doce piedade de sua alma atrairá os entusiasmos de vossos corações.
Despeço-me de vós, irmãos meus, até ver-nos no nono capítulo desta história.
Sexta-feira Santa — 19 de abril de 1878
Honremos a memória de minha morte corporal e afirmemos novamente que Deus é de tal sorte superior à Humanidade que não poderá misturar-se materialmente com ela.
Insisto sem cessar sobre esta falsa direção impressa às cousas pelo espírito humano, porque transtornou o bom sentido de homens levados para o sentimento religioso e porque deu em resultado ser uma fonte inesgotável de impiedade e de delitos.
Jamais Jesus pretendeu passar por Deus e os milagres que se lhe atribuem são uma pura invenção.
“Eu sou o filho de Deus, dizia ele, mas todos os homens devem preparar a elevação de seu espírito até atingir a honra espiritual que é atualmente uma glória para mim.
“Sou o filho de Deus, mas mereci este título com minhas obras e a família humana conta com trabalhadores, que assim como eu empregarão esforços para alcançar uma pátria mais formosa.
“Meu lugar não é aqui, mas vim até vós para trazer-vos a luz e a boa nova.
“Voltarei ainda, porque muitos que não podem compreender-me agora, me compreenderão mais tarde, pois minha missão divina não tem termo, porque representa o amor de Deus para com todos os homens.
“Sou filho de Deus, mas, acatando vós outros minha superioridade, não rompeis os laços de irmandade que nos ligam.
“Todos os homens são irmãos; os fortes têm que prestar seu apoio aos mais fracos; os instruídos têm a obrigação de ensinar a moral e a lei divina; os ricos têm o dever de fazer participar os pobres de suas riquezas.
“Muitos entre vós verão o reino de Deus, porque o homem torna a nascer para cumprir seu destino. Todo o que tenha vivido tornará a viver, pois a morte só tem domínio sobre a carne.”
A doutrina de Jesus demonstrava o caráter imutável de Deus e a perfectibilidade dos seres mediante suas transformações, através da matéria e de suas estadas nas moradas espirituais adaptadas aos seus sucessivos estados de desenvolvimento moral.
O caráter imutável de Deus determina a inviolabilidade de suas leis.
A perfectibilidade do espírito criado é uma prova do amor e da inteligência do Espírito Criador.
A fraternidade deduz-se da doutrina de Jesus.
Compreende não só a aliança dos espíritos de um mundo, senão também a aliança dos espíritos de todos os mundos.
A morte corporal não enfraqueceu em nada o amor de Jesus para com a humanidade terrestre, e responde aos infelizes que o imploram, explicando-lhes os erros religiosos e a causa de seus sofrimentos.
Deus, cheio de misericórdia para o pecador, permitiu que eu aqui me manifeste ostensivamente e a graça renovada constitui uma promessa de novas graças.
Esta mensagem é parte do livro Vida de Jesus Ditada por Ele Mesmo, da Grande Cruzada do Esclarecimento. Conheça mais sobre o livro Vida de Jesus Ditada por Ele Mesmo. Agradecemos pela leitura e ficaremos muito felizes se o seu desejo for o de compartilhar a mensagem com seus amigos e familiares.
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