É necessário que os encarnados façam a sua parte - Elucidário Cap. XXXI

PDF por Nova Ordem de Jesus. 10/02/2016 - 16 min leitura
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É necessário que os encarnados façam a sua parte - Um fato ocorrido em outra esfera - Apresentação de missionários em forma visível, travando diálogos - Os discordantes - “Seja feita, pois, a vossa vontade” - Todos salvos por fim

Ao iniciar-se a fase transformatória desta pequena esfera terrestre, com o objetivo de a converter em mundo espiritualizado, encontram-se já situados no solo terreno alguns milhares de emissários do Senhor Jesus, com o propósito de ajudar os homens e mulheres que necessitarem de ajuda. São Entidades de grande luminosidade que se prontificaram a cooperar nos trabalhos de assistência espiritual aos nossos irmãos encarnados, numa emergência que pode surgir a qualquer momento e em qualquer parte.

O que, entretanto, depender dos próprios irmãos encarnados, somente os próprios poderão fazer, conforme vem sendo dito e repetido desde algum tempo. Essa parte, por depender exclusivamente de cada um dos encarnados, é necessário que eles a façam para se acharem em condições de poderem ser assistidos a seu tempo. Os tempos, que muito próximos da Terra se encontram, não darão margem a grandes reflexões porque se desencadearão de maneira a tudo decidirem em questão de segundos ou minutos quando muito. Por isto é que se encontram já na Terra aqueles emissários do Senhor para assistir e receber quantos possam encontrar-se em meio aos acontecimentos anunciados. Em face disto, bem avisados andarão os irmãos encarnados que se prepararem enquanto é tempo, para receberem com a maior tranqüilidade possível o que vem sendo anunciado para ocorrer na Terra. No momento em que as presentes linhas estão sendo redigidas, alguns fatos lutuosos acabam de suceder neste país, motivados por excessivas e demoradas descargas pluviométricas, ceifando numerosas vidas e destruindo lares que constituíam a única fortuna de seus humildes habitantes (1). Esses fatos já fazem parte dos planos destinados a modificar parte da topografia terrena, e poderão repetir-se aqui e alhures. As almas vitimadas nos fatos recentes, assim como nos porvindouros, receberão a necessária assistência espiritual que desde algum tempo se preparava para esse momento. Podem os sobreviventes estar tranqüilos quanto às almas que partiram em meio aos acontecimentos, porque todas foram recebidas carinhosamente e devidamente acomodadas no plano espiritual a que pertencem.

A seguir ocupar-me-ei de um fato ocorrido há vários séculos numa esfera habitada também por seres espirituais semelhantes aos que habitam a Terra, em busca, como os terrenos, de novas luzes para o seu diadema espiritual. Cogitava-se de implantar nessa es­fera uma série de melhoramentos de que a mesma estava necessitando para maior comodidade dos seus habitantes, e chegara o momento derradeiro para isso. Tratando-se de seres já possuidores de certas faculdades mediúnicas em franco desenvolvimento, foi de­liberado materializarem-se entre eles numerosas Entidades missionárias com o objetivo de lhes falarem de viva voz a respeito dos planos em andamento.

No princípio o aparecimento de Entidades materializadas entre os seres planetários causou desusada excitação entre eles, porque todos acreditavam tratar-se provavelmente do fim do seu belo planeta, tal como a imaginação poética de alguns companheiros já ha­via divulgado, porém uma pura fantasia. Assim, o aparecimento das primeiras Entidades em forma visível à grande maioria, foi recebida com aquele significado imaginado pelos seus poetas. Com o decorrer dos dias, porém, cessara a excitação imaginativa e os habitantes da esfera passaram a dispensar sua melhor atenção à palavra das Entidades materializadas. E o que lhes diziam elas? - podereis desejar perguntar-me. O recado que todas procuravam divulgar em toda a extensão daquela esfera, para que todos os habitantes dele tomassem conhecimento, era no sentido de se conservarem atentos aos fatos que pudessem ocorrer aqui ou ali, porque nada de mau podiam significar para os respectivos habitantes. E as Entidades ampliavam aquele recado, explicando que as Forças Governantes haviam planejado a implantação de certos melhoramentos naquela esfera com o objetivo de melhorar a vivência de todas as almas que a habitavam, e, por conseguinte, tudo quanto pudesse acontecer teria este único objetivo: a maior felicidade de todos.

Alguns diálogos surgiram então, entre os seres viventes na referida esfera e as Entidades missionárias, as quais não perdiam oportunidade de esclarecer da melhor maneira possível os seus ouvintes. E como acontece em todas as latitudes e circunstâncias, apareceram a dialogar com as Entidades missionárias algumas pessoas a se mostrarem mais sábias ou melhor preparadas que a maioria, chegando a pretender discordar dos esclarecimentos que as mesmas ali estavam para divulgar. Sucedeu então se apresentar um homem (digamos assim para melhor compreensão) a defender o princípio de que sendo a população da esfera soberana em seus desejos e prerrogativas, e não desejando porventura participar dos melhoramentos anunciados, se não lhe caberia o direito de assim permanecer até ao fim da vida.

- Claro que sim - respondeu bondosamente a Entidade. Se alguns de vós - prosseguiu - não desejarem participar dos melhoramentos que viemos anunciar para a maior felicidade de todos, poderão permanecer em seu estado presente, visto como nos planos divinos não existe nenhuma espécie de imposição nem de violência.

A resposta da Entidade foi recebida com grande agrado pelos ouvintes, os quais confabularam por alguns instantes, voltando então o mesmo homem a dirigir-lhe a palavra nos seguintes termos:

- Estamos todos de perfeito acordo em que nos seja facultado aceitar ou não participar dos melhoramentos que viestes anunciar. Nossa vida decorre-nos tranqüila, próspera e feliz. Não desejamos por conseguinte participar de outras condições de vida.

- Quantos irmãos deste auditório se encontram de acordo com o que acabas de exprimir? - indagou a Entidade missionária acrescentando: - Peço àqueles que estiverem de inteiro acordo com o orador que se levantem por dez segundos.

Apenas o orador e uns cinco ou seis irmãos se levantaram por dez segundos, sentando-se novamente. A Entidade agradeceu, pro­ferindo estas palavras:

- Eu vos agradeço a manifestação. Seja feita, pois, a vossa vontade.

A seguir desmaterializou-se.

O fato provocou os mais diversos comentários entre os presentes, tendo sido os discordantes alvo do descontentamento dos de­mais pelo fato de haverem-se manifestado contrários aquilo que desconheciam totalmente, e que se destinava à melhoria das condições peculiares ao mundo em que viviam. O líder dos discordantes, contudo, mostrava-se satisfeito consigo mesmo em face de haver podido discordar em voz alta de uma Entidade do mundo espiritual, e isto lhe dava a satisfação de se julgar também num nível superior aos seus companheiros presentes.

Passaram-se os tempos. Decorreram os meses e pouco mais de dois a três anos até que os fatos anunciados se positivaram naquela esfera. Ocorreram abalos sísmicos em várias regiões, sucederam alguns deslocamentos do solo com desabamento de numerosas habitações nas cidades mais e menos importantes, com as conseqüências fáceis de prever. Numerosas vidas foram assim interrompidas em sua vivência planetária, recebidas e conduzidas com o maior carinho e conforto espiritual ao plano a que pertenciam. E de tal maneira se sentiram desde sua chegada e instalação no seu plano de vida espiritual que bem se deram por compensadas do que lhes sucedera. Agradeciam essas almas do seu íntimo os avisos e conselhos recebidos antes, no sentido de construírem elas próprios as suas ligações espirituais com seus luminares do Espaço, mercê do que pude­ram receber o desejado socorro no momento oportuno. Ei-las agora genuflexas agradecendo ao Senhor Deus todo o bem que lhes proporcionara no momento crítico porque haviam passado, graças aos amorosos conselhos das Entidades missionárias que se deslocaram do Alto para o desempenho dessa nobre missão em sua esfera.

No que diz respeito às modificações ocorridas na superfície planetária em referência, bastará registrar que foram substanciais. Dos noventa e tantos mares, entre grandes, médios e menores, as transformações operadas na superfície, por meios e processos que não me compete definir neste relato, esvaziaram cerca de vinte e poucos, cujas águas desapareceram totalmente ou se transferiram a outras regiões. Das numerosíssimas montanhas de que era dotada aquela esfera, cerca de um terço se desmoronou enchendo de pedregulho e massa os extensos vales que lhes ficavam próximos. Habitações rurais e citadinas, todas elas deram a sua contribuição aos planos transformatórios de cada região habitada.

Se grandes foram os abalos registrados durante o período em que perduraram as operações transformatórias da esfera em referência, a verdade é que as populações que permaneceram, encontra­ram bem depressa as maiores alegrias e consolações. A Natureza toda se engalanou a partir da primeira primavera, cujos prados e montes se abriram em folhagens e nas mais belas flores, cujas promessas se cumpriram no verão e outono com a apresentação de saborosos frutos, algumas de suas espécies ainda desconhecidas para muitos dos habitantes. Mas uma agradável compensação ainda se oferecia aos habitantes que permaneceram na esfera. Suas almas irmãs que tiveram de partir em conseqüência das operações transformatórias do planeta, suas almas queridas agora confortavelmente instaladas no plano espiritual, vinham visitá-los em determinados dias da semana em forma visível para eles, com quem trocavam palavras audíveis, relatando-lhes o nível de felicidade que haviam alcançado no mundo espiritual onde tudo era amor, paz e bem-­aventurança.

Estou imaginando a vossa curiosidade em saber algo a respeito dos irmãos discordantes que deixamos no princípio desta narrativa. Para satisfazê-la eu vos direi o seguinte: - O líder do pequeno grupo residia numa habitação de sua propriedade na pequena cidade em que o diálogo ocorreu. Na profundidade da referida cidade ocorreu um dos abalos sísmicos de que falei, cujo efeito na superfície logrou desmoronar noventa por cento das construções ali existentes. A habitação do líder dos discordantes não foi sequer atingida, permanecendo de pé, firme, na pequena área em que se fixava. À sua volta, porém, tudo fora destruído, permanecendo ao longe uma ou outra habitação intocada mas totalmente isolada. Grande percentagem da população da mencionada cidade fora conduzida para o Alto, nas condições já citadas. A parte remanescente ali se encontrava em pequena parcela por ter uma parte dela fugido para o campo. O irmão líder dos discordantes, praticamente isolado em sua habitação, sem meios de subsistência no local porque ao abalo sísmico seguira-se o incêndio, contemplava o triste panorama e me­ditava profundamente sobre quanto ocorrera por desígnios de Deus, contra os quais ele se insurgira. Este estado emocional perdurava já por mais de uma quinzena, tempo em que, por falta de tudo à sua volta, o nosso irmão líder dos discordantes quase não se alimentou. Seu estado agrava-se de dia para dia. Ninguém o pôde socorrer por não haver com o quê, após a destruição e incêndio do que ficara na cidade. Certa tarde ele ouviu passos em torno e abriu os olhos para ver quem seria. Reconheceu a presença de dois dos irmãos discordantes da assembléia memorável. Não vinham, porém, socorrê-lo, porque não possuíam meios para isso. Vinham, sim, em busca de algo para se manterem, visto nada lhes restar com que se alimentarem. Suas habitações - disseram - haviam ficado intactas por verdadeiro milagre, no bairro em que viviam. Suas famílias também. Mas, e agora? - indagavam. O que haviam de fazer se tudo em volta se extinguira? O líder retrucou-lhes melancolicamente que infelizmente também permanecera no seu domínio com sua família, mas não estava em condições de poder ajudá-los no mínimo que fosse porque nada lhe restava. E ajuntou que havia assistido a partida de alguns dos seus também por falta de alimentos, caminho que ele próprio estava a pique de seguir também. Nesta altura em que todas as esperanças se haviam dissipado, em que nada mais restava a nenhum daqueles irmãos, surgiu uma ideia que reputaram a salvação de todos. Era invocarem a Entidade missionária e rogar-lhe um derradeiro conselho para todos. Foi o que fizeram em pro­funda concentração.

- Eis-me junto de vós, meus queridos irmãos! Aqui estou visível para vós, porque no estado de invisível nunca vos abandonei. Vós seguistes vossas próprias ideias, e a Divindade preservou os vossos lares. Isto, entretanto, não foi o bastante, como acabais de convencer-vos. Respondei então ao que vou perguntar-vos, para que a vossa vontade seja feita: - Desejais permanecer em meio às circunstâncias que vos rodeiam, ou preferis desferir um vôo suave com os vossos para um plano em que o amor, a paz e a bem-aventurança serão a vossa constante por alguns séculos ou milênios?

A resposta não se fez esperar, dada pelo líder dos discordantes.

- Entidade santa, que tão bondosamente voltas a aconselhar-nos. Nossas energias estão totalmente esgotadas. Com a grandiosidade do que aconteceu em torno de nós, um único desejo agora alimentamos. Preferimos partir agora mesmo para termo do nosso sofrimento, para este belo plano de que nos falas. Conduze-nos, pois, Entidade santa!

- Acalmai-vos então. Entregai-vos ao sono reparador de que estais carecendo, e eu vos conduzirei nesse estado aonde ireis re­pousar. Os desígnios de Deus vos acompanharão.

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