Do aprimoramento das qualidades morais - Corolarium Cap. XX

PDF por Nova Ordem de Jesus. 02/03/2016 - 15 min leitura
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Do aprimoramento das qualidades morais. — Todas as ações produzem reflexo. — Uma chave que abrirá todas as possibilidades às almas encarnadas. — Novos detalhes sobre o parque celeste. — No vale das orquídeas: originalidade notável destas flores.

Desejo apresentar aqui às minhas queridas leitoras e estimados leitores um assunto de grande interesse para todos, não apenas enquanto estiverem vivendo a vida terrena, como também quando chegar o momento de retornarem à vida espiritual. É um assunto que toca particularmente à alma de cada um, devendo por isso contribuir bastante para a sua maior tranquilidade e felicidade. Desejo tratar então da maneira pela qual deverá cada alma encarnada preparar desde a Terra a sua ascensão aos planos mais elevados do mundo espiritual.

A vida terrena, já o sabem todos os leitores das obras espiritualistas, tem por objetivo máximo o aprimoramento das qualidades morais das almas que obtiveram permissão para vir à Terra, e isto deve ser conseguido através de uma existência mais ou menos longa, em contato com outras almas também encarnadas. Há necessidade, portanto, do desempenho de atividades de ordem material para a obtenção dos meios de subsistência do corpo, já que a alma ou Espírito não necessita de outra espécie de alimento além da prece diária. É, pois, no desempenho das atividades materiais que as almas ou seres humanos devem tratar de aprimorar suas qualidades morais, o que vale dizer aprimorar e dar provas de suas virtudes. Para isso eu desejo deixar aqui os princípios por meio dos quais todas as filhas e filhos facilmente alcançarão grande progresso na Terra.

Sabendo-se inicialmente que compete à alma a faculdade de pensar, raciocinar e agir no plano terreno, e que o corpo apenas executa aquilo que a alma lhe determina, segue-se que a idéia que a alma deve ter sempre presente em suas atividades diárias, é a de que todas as suas ações nesse terreno produzem um reflexo, uma consequência em sua vida e felicidade, não apenas neste plano, mas igualmente na sua vida espiritual. Assim sendo, cabe à alma raciocinar tranquilamente no desempenho de suas tarefas materiais, a fim de que nada ocorra em contrário aos princípios da maior correção moral, seja qual for o setor de suas atividades. Tendo presente a necessidade de obediência constante àqueles princípios, e agindo nesse sentido, estarão as almas encarnadas palmilhando na Terra o caminho certo e seguro que lhes há de permitir desenvolver as suas belas qualidades morais, e também o seu poder magnético, que lhes permitirá a realização de grandes e úteis objetivos.

Já sabem igualmente as leitoras e os leitores deste livro, pelo que já adquiriram através de outras leituras especializadas, que se encontram bem perto das almas encarnadas na Terra, outras almas incumbidas de as acompanhar, ajudar e proteger contra os perigos invisíveis e outros mesmo visíveis, mas igualmente incumbidas de anotar em detalhes a maneira pela qual aqui se desempenham de suas tarefas, do que resultará o próximo futuro dessas almas. Eu fornecerei em seguida, para uso das minhas filhas e filhos terrenos, uma chave que muito os ajudará na sua vivência atual, abrindo-lhes todas as possibilidades futuras. Esta chave consiste em terem sempre presente em todos os seus atos ao longo da presente existência, que o Senhor Jesus estará presente onde quer que se encontrem, com o propósito de anotar os seus pensamentos registrar suas palavras e conversas, para deles ajuizar sobre o mérito de cada alma encarnada. Tal seja, por conseguinte, a maneira de agir, o comportamento, pensamentos e atos das almas assim assistidas pelo Senhor, maior poderá ser a ajuda recebida em suas atividades, ou, o que seria para lamentar, o abandono das almas à própria sorte. Procedendo, entretanto, como ficou dito acima, cientes da presença do Divino Mestre ao lado de cada alma encarnada, fácil lhes será ajuizar do que pode agradar ou desagradar ao Senhor, e, portanto, o que deixarão de fazer. Isto que aqui vos deixo minhas filhas e filhos queridos, é algo de muito importante em vossas vidas atuais, e de belas consequências em vossas vidas futuras. Se, ao tentardes empreender seja o que for, vos dispuserdes a refletir um instante acerca de como o Senhor apreciaria o vosso empreendimento, prontamente vos ocorrerá a resposta certa à vossa reflexão e podereis então decidir acertadamente. Se assim procederdes, submetendo antecipadamente à apreciação do Senhor tudo quanto desejardes empreender ou praticar, e se agirdes segundo a resposta recebida no vosso coração, então eu vos asseguro de antemão as maiores alegrias ao longo da vossa vida terrena, e a plena felicidade espiritual ao retornardes ao vosso plano no Além. Isto que sugiro custa bem pouco, porque apenas um instante de reflexão e nada mais. Mas isso feito, deveis obedecer ao sentido da resposta recebida do Senhor e agir de acordo, porque agindo de modo contrário, decerto muito vos arrependereis.

Em seguida vamos conversar um pouco ainda sobre a vida e as coisas do Além, assunto que me parece despertar grande interesse em vossas almas. Para hoje eu direi algo mais a respeito da visita daquelas almas juvenis da qual tratei em dois capítulos anteriores. Prosseguirei então na descrição do passeio que lhes proporcionei ao belo parque celeste, do qual todos estais lembrados. Deixando para trás o imenso lago, o governante sugeriu visitarmos o vale das orquídeas um pouco adiante, para que as minhas visitas juvenis pudessem apreciar algo de maravilhoso para elas. Tomamos então a nossa condução e em questão de segundos descíamos numa planície situada no centro de um vale de grandes dimensões, todo arborizado de belas essências. Os nossos ouvidos foram tocados prontamente pelo gorjeio suave e harmonioso de alguns milhares de aves pousadas nas árvores, e muitas delas no meio da grama colorida ao longo do vale, parecendo-nos que aquele gorjeio assim de conjunto era bem uma saudação que as aves nos dirigiam pela nossa presença. Eu devo confessar que também me considerava em visita àquele sítio, não me recordando de quando lá tivesse ido anteriormente. Bastante ocupada nas minhas tarefas de atendimento aos milhares de pedidos que me chegam diariamente de todas as regiões deste pequeno mundo terreno, pouquíssimas vezes eu me afasto do meu posto para percorrer o nosso — meu e também vosso — belo parque celeste, onde poderíamos permanecer muito tempo em apreciá-lo. Saudadas assim tão alegremente pelo canto daqueles milhares de aves amigas, dirigimo-nos a convite do governante do parque ao setor das orquídeas, cuja cultura ocupa uma extensão que não me atrevo a avaliar, mas que eu considero uma área de quatro a seis quilômetros quadrados. Informou-nos o governante do parque, que aquele tipo de flores constitui a sua maior alegria, pela beleza e originalidade de muitas daquelas espécies. Minhas visitas mostravam-se verdadeiramente encantadas na contemplação das belíssimas orquídeas que seus olhos admiravam. O governante ia-nos informando acerca da originalidade de muitas delas.

— Estas aqui, já me conhecem tão bem, que atendem prontamente ao que eu lhes digo. Vou pedir-lhes, por exemplo, que recolham suas bonitas pétalas por um instante, como uma saudação às visitas.

Ele fez o pedido numa linguagem tão meiga, alegando a qualidade das visitas ali presentes, a quem as belas orquídeas deviam saudar recolhendo por um instante as suas pétalas. Numa fração de segundos isto aconteceu, apresentando-se-nos o belo espetáculo de numerosas daquelas lindas flores de pétalas enroladas sobre si mesmas. Parece realmente incrível que isto possa acontecer; dificilmente acreditável em verdade, mas aí tivemos oportunidade de poder avaliar o grau de evolução em que já se encontram determinadas espécies do ramo vegetal. Passados alguns segundos, eis que novamente se distendem as belíssimas pétalas daquelas orquídeas, voltando ao estado anterior, expostas ao calor dos raios solares. Minha emoção foi tal ao contemplar tão belo espetáculo, que eu me curvei e beijei algumas delas em reconhecimento e testemunho da minha alegria.

Eu pedi ao governante do parque que mostrasse às minhas jovens visitas o que mais houvesse nesse setor que pudesse proporcionar-lhes novas alegrias naquela manhã primaveril. Ele conduziu-nos então um pouco mais além para nos mostrar algo de inteiramente novo para todas nós. Mostrou-nos o governante do parque, numa longa depressão do vale inteiramente separada do setor das orquídeas, uma população incontável de pequenos seres animais, numa movimentação constante, em idas e vindas, numa harmonia de quem realmente se entende e estima. Imediatamente pudemos identificar a espécie daqueles pequenos ornamentos da classe animal. Eram o duplo etéreo dos delicados coelhinhos que conheceis na Terra, e que ao perecerem  às mãos dos caçadores ou nas garras de outros animais, voam também para o Alto em direção ao seu próprio núcleo. Minhas visitas sentiram-se surpresas com o fato, porém o governante do parque logo lhes satisfez a curiosidade explicando:

— Todo animal, por mais ínfima que seja a sua classe, possui um duplo etéreo, que é o elemento instintivo que lhe dirige o corpo físico. Não podemos chamar-lhe Espírito, porque em verdade ainda não o é. É, portanto, um duplo etéreo da classe a que pertence, na escala evolutiva em que ainda se encontra. Cada vez que se verifica no mundo físico a interrupção da vida animal do corpo, o duplo etéreo se eleva em direção ao núcleo que pertence. Desta maneira é que recebemos aqui quase diariamente numerosos destes seres, que regressam ao núcleo que aqui está fixado. Também regressam diariamente à Terra muitos destes pequenos seres, atraídos pela vibração projetada pelo ato de fecundação que lá se operou. Desta maneira esta população se renova constantemente desde séculos com suas idas e vindas da Terra.

Nesta altura da explicação do governante, uma das jovens visitas pediu permissão para fazer uma pergunta, no sentido de saber se além dos coelhos, também retornariam àquele plano os duplos etéreos de outras espécies de animais. Eis a resposta do governante do parque:

— A lei que preside ao regresso até nós desta espécie animal preside ao regresso de todas as demais espécies em iguais circunstâncias. Tal  seja a permanência das minhas belas jovens neste plano, eu terei a maior alegria em levá-las a vários outros setores, nos quais poderão contemplar numerosos exemplares do famoso e temido leão e outras espécies afins.

— Ah! Leões não desejo visitar! Tenho muito medo de leões! — declarou prontamente a jovem visita.

O governante, porém, logo esclareceu, dizendo:

— Os leões que voam para aqui no seu duplo etéreo, minha querida, não trazem a sua ferocidade tão temida no plano físico. São mansos, pacíficos. Apenas um pouco desconfiados a princípio. Ao receberem porém a nossa vibração amiga, suave, impregnada do nosso sentimento amoroso para com eles, logo se aproximam de nós e até nos proporcionam oportunidade de os afagarmos.

— Eu não, não teria coragem de afagar um leão! Deus me livre deles! —  foi a reação da jovem visita à explicação dada pelo irmão governante.

— Mas teremos outras espécies de animais que as queridas irmãs hão de gostar de apreciar. Temos aqui muito belos leopardos, completamente inofensivos, lindos gatinhos de espécies bastante raras na Terra, muitos daqueles de pêlos sedosos inteiramente brancos, tão estimados quanto mimados no plano físico; temos aqui os mais belos visons do mundo terreno, de cujas lindas peles lá se utilizam as grandes damas à custa da vida dos coitadinhos. Temos no setor respectivo muitos milhares de espécies animais que eu terei a maior alegria em vos mostrar durante a vossa presença neste plano, como hóspedes de nossa muito querida Mãe Santíssima, que por sua vez também não teve ainda oportunidade de visitar esses setores do nosso plano.

Nossa jovem visitante concordou então em visitar esses setores povoados de animais que viveram na Terra, com exclusão, porém, fez questão de frisar do setor dos leões, lembrando-se do quanto se tornam ferozes no mundo terreno.

Como tivéssemos caminhado bastante a esta altura do nosso passeio, decidimos regressar ao ponto de origem, donde me chamavam em pensamento os meus assessores para atender certo pedido chegado da Terra, com caráter de urgente. Respondi mentalmente que me apressaria em regressar, e transmiti daquele mesmo local algumas instruções acerca de como procederem desde logo até à minha  chegada. Regressamos pois, ao meu posto de serviço, por meio da condução que nos aguardava no vale das orquídeas. Minhas jovens visitas estavam imensamente felizes com o passeio, e até maravilhadas com o que haviam podido visitar. Dos fatos verificados, os que mais as impressionaram haviam sido: o gosto dos peixes pela música através das canções do governante do parque, a flor que entendia e respondia a perguntas, e por fim o fenômeno evidenciado pelas belíssimas orquídeas, recolhendo suas pétalas em sinal de saudação às almas visitantes.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

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