Deus no Coração - Vida Nova Cap. XXXVIII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 11/02/2016 - 16 min leitura
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Acontece freqüentemente aos viventes da Terra encontrarem-se em situações inteiramente imprevistas, e sobretudo indesejáveis, pe­las condições e conseqüências que das mesmas lhes poderão advir. Tais situações decorrem invariavelmente de duas causas possíveis: uma delas poderá ser a sua programação no Alto, como fazendo parte do plano de vida a ser cumprido pelo Espírito nessa encarna­ção, motivada por acontecimento análogo do passado, proporcionado a outro irmão seu contemporâneo naquela existência terrena. Outra causa poderá ser proveniente de ato praticado pelo Espírito encar­nado, do qual estará apenas colhendo os frutos daquilo que semeou.  Como quer que seja, as situações imprevisíveis vêm sempre acompanhadas das respectivas soluções, invariavelmente benéficas para aquele que as defronta. Benéficas, digo bem, porque uma vez transpostas, transposto foi igualmente um marco existente na vida pregressa do encarnado, desaparecendo com ele um ou mais obstá­culos ao seu progresso espiritual. Se se tratar de causa originada na presente existência terrena do Espírito, terá este aprendido uma nova lição no sentido da aplicação da Lei de Causa e Efeito, sabido como é que não pode existir efeito sem causa. Semelhante lição se imprime indelevelmente na memória do Espírito encarnado, e difi­cilmente ou nunca mais o mesmo concordará em semear ventos para colher novas tempestades. Observamos todos nós do Alto, tanto quanto vós outros na Terra, a trajetória de irmãos que parecem não querer conformar-se com insucessos repetidos em sua presente existência, lançando-se novamente a certo tipo de empreendimentos que os levam a novos fracassos, embora em campos diferentes. Tra­ta-se no caso, de irmãos acompanhados de um núcleo assistencial de Espíritos pouco escrupulosos, interessados em se divertirem com os repetidos insucessos daquele de quem se aproximam, inspirando-lhe idéias de todo modo ilusórias, com as quais suas vítimas inteira­mente se afinam e tratam de as pôr em prática. O resultado é infalível mais cedo ou mais tarde: o desastre moral ou financeiro, senão os dois ao mesmo tempo.Isto sucede entretanto, por felicidade, a um número reduzido de criaturas que ainda se deixam fascinar por miragens. Examinan­do-se os sentimentos dessas criaturas, como os temos nós todos examinado, verificamos tratar-se de irmãos que, ou se afastaram dos  postulados  divinos  que  a todos mandam agir sempre com Deus no coração, ou então, ainda os desconhecem, e por isso agem corajosa mas inadvertidamente, subestimando um possível resultado desfavo­rável em seus empreendimentos ou atividades.

A dedução a extrair dos numerosos fatos constatados por toda a parte é que tais criaturas necessitam de se aproximar do Senhor Jesus por meio da oração diária, de cujo hábito resultará instalar-se Deus em seu coração. E isto feito, instalado Deus no coração do homem, jamais será este inspirado por Forças do Mal, que outra coisa não fazem que tentar arrastar ao infortúnio os Espíritos encarnados que lhes derem apro­ximação. Claro fica por conseguinte, que a oração e a vigilância constituem poderosos elementos defensivos do ser encarnado con­tra as investidas do mal.

O tema que escolhi para o capitulo que tenho a honra insigne de redigir para o livro a ser em breve divulgado na Terra pelas Forças do Bem, é um tema de grande atualidade, não apenas nos tempos que correm como em todos os tempos do porvir. Dada a variedade imensurável de inteligências que baixam ao plano terres­tre em busca de aprimoramento espiritual, sucede reencarnarem freqüentemente algumas que preferem observar o desenrolar da vida terrena através de prismas imperfeitos ou deformados, reco­lhendo a impressão enganosa de ser-lhes possível em muitos casos, aproveitar-se da sinceridade e boa fé de seus semelhantes. Conven­cidos disso, passam esses irmãos à elaboração de planos de enrique­cimento fácil por meio de sua aplicação, cujo resultado todavia, não pode ser outro senão a decepção e o sofrimento para quantos neles acreditaram. necessário esclarecer, igualmente, que aque­les encarnados que trouxerem Deus no coração, não serão sequer tentados a participar dos planos mirabolantes que surgirem no seu ambiente, porque o fato de trazerem Deus no coração e se encon­trarem em contato diário com o Senhor Jesus, representa para todos um poderoso escudo contra toda espécie de tentações malévolas.

Existe em vossa literatura popular um conceito muito certo por­que inteiramente verdadeiro, que é aquele que envolve no mesmo princípio de desonestidade tanto o autor como a vítima desse desa­gradável fato que designais, bem ou mal de conto de vigário. Se o autor propõe à vítima uma boa fortuna por um quase nada, esta não deixa realmente de tentar aproveitar-se duma situação momen­tânea, mas desonesta, para se locupletar. Ambos, evidentemente, são mal intencionados. Se, entretanto, a vítima visada trouxer Deus no coração, como aliás tem sucedido vezes sem conta, uma voz amiga lhe segredará que a transação não lhe convém por ser falsa, desonesta.

Trazer Deus no coração deve constituir, por conseguinte, a pre­ocupação maior de todos os viventes da Terra, como só ser a de outras humanidades mais adiantadas. Com o ato diário do homem e da mulher se porem em contato direto com Nosso Senhor Jesus, uma segurança a todos envolverá contra as práticas infelizes ou desonestas de certos companheiros de jornada terrena. Eu bem sei que todos gostaríeis de conhecer algo mais a respeito desta segu­rança, e eu com satisfação o abordarei neste capítulo. Sabem todos os encarnados que o ambiente que circunda o planeta é constituído de planos e sub-planos espirituais, todos eles habitados por Enti­dades desencarnadas, segundo o grau evolutivo de cada qual .

Exis­tem planos de grande luminosidade, iluminados por assim dizer, pelos próprios reflexos dos seus habitantes, pertencentes à categoria mais elevada da espiritualidade. Vivem e trabalham nesses planos todos os Espíritos que, por seu aprimoramento moral já mereceram neles viver, de onde irradiam para os demais e também para este plano físico, as idéias mais puras de amor e fraternidade que vão ser absorvidas pelos seus habitantes. Existem em graduações infe­riores outros planos de vida espiritual habitados por Espíritos de­sencarnados do respectivo grau, nos quais se vive e trabalha infati­gavelmente pelo bem e felicidade dos semelhantes. Mas há também sub-planos espirituais, assim designados aqueles núcleos de vida em que preponderam Entidades em grau de relativo atraso espiritual, Entidades ainda presas à materialidade que deixaram neste plano físico que é a Terra, e que outra preocupação não alimentam que não seja a de aqui voltarem o mais depressa possível, para se emaranharem novamente nas teias de procedimentos culposos ou infelizes.

Não alimentando, por conseguinte, outra idéia em seus corações, estas Entidades, pela aproximação em que vivem do am­biente terreno, conseguem insinuar-se junto a outros irmãos em quem descobrem afinidades vibratórias, e passam a assisti-los a todo momento com suas idéias malsãs, induzindo-os não raro à realização de empreendimentos que vêm a redundar em verdadeiros fracassos. Estas Entidades encontram nessa prática um tipo de di­versão que lhes dá prazer, qualquer que venha a ser o resultado para a vítima que escolheram. Esta se vê muitas vezes arrastada pelas chamadas ruas da amargura, visada e desmoralizada perante a opinião de seus contemporâneos, podendo tratar-se entretanto, como freqüentemente sucede, de almas boas, simples e bem intenciona­das, que apenas foram vítimas de sua falta de oração e vigilância.

E sabeis, acaso, como escolhem suas vítimas, as Entidades ima­teriais às quais me venho referindo? Escolhem-nas pelo conjunto vibratório que emitem em sua vida terrena. Se uma criatura hu­mana preocupada exclusivamente com o objeto de sua, grandeza terrena, da construção de uma fortuna, emite vibrações desta na­tureza sem a contrapartida da sua oração e vigilância, cuja vibração luminosa traduza o seu desejo honesto de proceder em harmonia com as leis divinas, aquela vibração puramente interesseira, mate­rial, atrai e se afina com outras do plano invisível e, reunidas, che­gam à elaboração de planos de grandeza material que podem ser executados com êxito a princípio, mas que, faltando-lhes a indis­pensável base moral, ruem fragorosamente, com danos mais ou menos graves para a coletividade.

Se, entretanto, um encarnado irradia vibrações de progresso material para a sua vida presente, mas o faz sob a influência de vi­brações emanadas de um coração bondoso, iluminado pela presença de Deus que ele cultiva diariamente com grande empenho, a soma dessas vibrações constitui um escudo poderoso contra a infil­tração das idéias malsãs irradiadas pelas Entidades perturbadas, e apenas as boas idéias podem ocorrer para a realização ou prosse­guimento de empreendimentos honestos.

Este tipo de empreendi­mentos, que são aqueles que se submetem ao princípio moral de não intentarem locupletar-se da boa fé dos semelhantes, embora pro­porcionando resultados bem mais modestos que os de outro tipo, tornam-se mil vezes mais propícios à felicidade de seus empreen­dedores. Há fortunas construídas rapidamente que também podem rapidamente eclipsar-se, como as há que foram construídas ao longo de anos e anos de labor honesto e paciente que perduram, resistindo heroicamente aos vendavais adversos que agitam de tem­pos em tempos os fundamentos da vida terrena. Teremos no pri­meiro caso aquela imagem do homem que construiu sua casa sobre a areia, e que as chuvas e o vento destruíram e carregaram. No segundo caso teremos a outra imagem, a do homem que cons­truiu sua casa sobre a rocha e esta resistiu aos temporais porque possuía sólidos alicerces.

O mundo atual ainda necessita, e muito, da repetição destas duas imagens, para manter vivo na memória física o princípio de que só o bem constrói, edifica, e ilumina para sempre. O Bem se aplica aqui como no Alto a todo tipo de vida e deve presidir a todos os atos e empreendimentos do homem. Construir com o Bem significa meditar maduramente em tudo o que desejeis empreender em vossa presente existência, o  que  fareis bem  frutiferamente se implantardes e conservar Deus no coração. Ele vos dirá em todos os momentos se aquilo que pretendeis é justo e se da semente que pretenderdes lançar vireis a colher frutos compensadores e sabo­rosos.

Implantai e conservai, pois, Deus no coração, e tereis solu­cionado todos os vossos problemas da presente existência, preparan­do-vos para ascender brevemente, quando os tempos chegarem, a um daqueles planos iluminados onde a felicidade de seus habitan­tes não pode ser traduzida pela pobre linguagem terrena.

É o que sincera e empenhadamente vos recomenda, este vosso irmão mais velho e muito afeiçoado - MAQUIAVEL

 

Not. biogr. — Nicolau Maquiavel —1469-1527— Estadista famoso e grande historiador florentino. Nasceu em Florença, de família modesta, tendo sido educado pelo escritor Virgílio Adriano. Dotado de inteligência invul­gar, Nicolau Maquiavel galgou com brilho todos os degraus do saber, assumindo aos 29 anos a chancelaria do Conselho dos Grandes de Florença, e pouco depois o alto cargo de Secretário de Estado, o qual desempenhou du­rante cerca de 15 anos. Nesse cargo Maquiavel ditava toda a correspondên­cia pública e o registro das deliberações do poder executivo de Florença. Incumbia-se da redação dos tratados e das relações diplomáticas, funções que o tornaram um dos homens mais importantes da época. Viajava freqüente­mente ao estrangeiro em missões diplomáticas, várias delas junto ao rei Luis XII da França, seu grande amigo. Seu empenho consistia em assegurar a independência dos florentinos, chegando a criar milícias nacionais com esse objetivo. A entrada dos Médicis novamente em Florença, porém, com a queda do governo, proscreveu Maquiavel, que se retirou para S. Cassiano, onde escreveu várias obras, sendo a mais importante “Opusculo dei princi­pati” (Opúsculo dos governos) em 1515, obra que o público passou a cha­mar O PRÍNCIPE.

Maquiavel escreveu ainda no exílio “Tratado da arte da guerra”, “Dis­cursos sobre Tito Lívio”, em 1516, e “Histórias florentinas”, em 1525. O Papa Leão X promulgou uma anistia por ocasião de sua elevação, benefi­ciando Maquiavel, a quem encarregou de fazer reconstruir as fortificações da cidade, e tomando-o como conselheiro sobre várias reformas que preten­dia realizar em Florença. Maquiavel, entretanto, desencarnava dentro em pouco, suspeitando-se ter sido envenenado pelos adversários. Maquiavel foi historiador poderoso que soube unir a erudição à profundeza, e a gravidade ao encanto e ao interesse das narrativas, sendo considerado um dos maiores es­critores da Itália, segundo os seus biógrafos . Foi também estadista notável e grande patriota.

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