A Visita do Maltrapilho - Derradeira Chamada Cap. XLVI

PDF por Nova Ordem de Jesus. 16/02/2016 - 10 min leitura
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Os dias que passam a caminho do término do século em curso, hão de ficar gravados para sempre no âmago dos corações que tiverem a ventura de os viver. São dias que passarão à história do planeta como marcos decisivos em sua evolução. Que bom seria por conseguinte, que os homens e mulheres presentes na Terra em dias tão particularmente memoráveis, se dispusessem a encará-los e vivê-los com seus corações inteiramente voltados para o Senhor Jesus, a fim de receberem do Divino Mestre a ajuda e proteção de que tanto necessitam.

O Senhor Jesus, profundamente preocupado com o que poderá suceder a não pequeno número de seus filhos presentemente encarnados no solo terreno, deseja ardentemente salvar a todos duma possível catástrofe que aceleradamente se aproxima, sob cujos efeitos certamente muitas lágrimas correrão pela face dos menos prevenidos. Os demais, aqueles que estes conselhos receberam, aceitaram e puseram em prática, esses terão no preciso momento a intuição exata do que estiver acontecendo, e, como de antemão se prepararam para a viagem de regresso ao seu plano espiritual, não terão nada mais a fazer do que invocar o santo nome do Senhor, e por Ele serão conduzidos a salvamento. Melhor será portanto, que a população inteira adira prontamente aos conselhos deste e de outros enviados do Senhor que se encontram em sua atividade noutros pontos da Terra, para que a salvação possa ampliar-se, tornando-se total, para que nenhuma criatura humana venha a encontrar-se em meio aos destroços da catástrofe.

Se a vontade santa do Senhor Jesus puder prevalecer sobre a de quantos ainda persistem em subestimar estes conselhos, dúvida não restará quanto ao pleno êxito da ingente tarefa que eu e alguns milhares de outros enviados nos impusemos, de penetrar a dureza de não pequeno número de corações, o que vale dizer Espíritos encarnados.

O velho edifício terreno encontra-se em vésperas de entrar em reparos de estrutura, sendo talvez imprescindível provocara sua demolição por processo aparentemente violento, para reconstruí-lo desde os alicerces. Nesta linguagem figurada, estareis compreendendo bem o que podem significar da Terra num planeta em que predominam ainda as águas sobre a parte fixa do solo. Qualquer movimento que nos alicerces se processe, toda a estrutura a sentirá e certamente desabará com estrondo. E o que sucederá aos habitantes desse grande edifício? - perguntareis vós todos que acompanhais atentamente o meu pensamento. Sucederá bem pouca coisa no sentido espiritual, porque em se tratando de Espíritos apenas revestidos pelo invólucro carnal, se esse invólucro vier a perecer, a Entidade nele enclausurada alcançará a sua liberdade, quiçá mesmo a sua redenção espiritual.

Para todos nós que vivemos a felicidade permanente da vida espiritual, qualquer acontecimento extraordinário verificado no solo terreno, tem sempre uma causa predeterminada e também uma consequência correspondente. É por isso que os ensinamentos espirituais insistem em afirmar que o fenômeno da morte só existe para a matéria e jamais para a Entidade espiritual que a habita. O que importa primordialmente é a convicção que deve existir em todos os homens e mulheres, de que não desceram à Terra para viver uma vida puramente terrena de interesses e gozos materiais para matar o tempo, como costumais dizer inadvertidamente porém que vieram exclusivamente isto sim, para aprimorar ao máximo suas qualidades morais em primeiro lugar, e em segundo cooperar na medida de sua capacidade na ajuda aos menos afortunados. E a propósito, desejo esclarecer ainda uma vez que os Espíritos que neste momento, como em outrora do passado, cumprem encarnações ricas de privações e lutam duramente pelo seu pão de cada dia, esses Espíritos não devem ser absolutamente julgados inferiores ou atrasados, porque existem nessa classe de encarnados, Entidades que assim pediram viver para redimirem completamente encarnações em que usaram e abusaram de recursos que caíram em suas mãos, não importando o caminho pelo qual vieram. Verificando a seu tempo o mau uso que fizeram da fortuna, sempre havida como dura prova para seus possuidores, esses Espíritos imploraram uma reencarnação em que pudessem recuperar o mérito desperdiçado na anterior existência no corpo.

Encontrareis por conseguinte, entre os desafortunados dos vossos dias, não poucos Espíritos possuidores de conhecimentos notáveis e grande poder de compreensão das coisas do Senhor, faltando-lhes apenas capacidade de expor ideias e pensamentos que frequentemente lhes ocorrem. Mas é necessário que assim seja para evitar possível desvio do seu plano de vida, plano que eles próprios traçaram no Alto para na Terra cumprirem religiosamente em seu próprio benefício. Assim pois, toda ajuda moral ou material quando oportuna, que for concedida a estes meus e vossos irmãos, redundará em bênçãos e luzes para aqueles que a concederem. O livro de assentamentos espirituais acusará no porvir qualquer ação, de bem como de mal produzida pelo Espírito, durante seus numerosos mergulhos na carne.

Eis aí meus estimados irmãos leitores, um detalhe a mais da grandiosidade da existência terrena, para quantos se esforçarem em vivê-la segundo os princípios espirituais que orientam a jornada evolutiva que todos nós percorremos através dos milênios vividos ou por viver. Dai porque me não canso de insistir na utilidade da oração e meditação diária, como a melhor, senão a única maneira, do homem e da mulher recordarem cada vinte e quatro horas aquilo que tão de perto se relaciona com sua verdadeira felicidade.

E a propósito vou relatar-vos uma pequena história. É de fato uma história pequena em extensão porém grande bastante no ensinamento que encerra. O fato passou-se na Terra cerca do meado do século passado. Vivia na época em certo pais do Ocidente, um homem possuidor de imensos recursos em ouro e propriedades, senhor absoluto de certo número de pessoas inteiramente escravizadas ao seu serviço. Surgiu na vida desse homem uma oportunidade excelente de demonstrar dotes de coração, pondo em prática um sentimento de amor ou mesmo só de atenção pelo seu semelhante. Casava uma filha, a mais velha, dando por tal motivo a primeira festa do gênero em sua vida. Encheu-se o belo palácio da nobreza da época, havendo em tudo requintes de iguarias, licores e o que imaginar se pudesse na oportunidade.

Ia a festa em meio quando avisado foi o grão-senhor de que um pobre se encontrava no portão insistindo em lhe falar para dar um recado urgente. Indagou o fidalgo que espécie de pobre era aquele que insistia em lhe falar pessoalmente.

- É um maltrapilho qualquer - informou o mordomo.

- Mande os criados tocá-lo para fora sem detença. Não atendo a ninguém neste dia e muito menos a um maltrapilho como esse - foi a ordem dada ao mordomo.

Lá pelo amanhecer, algo de muito triste ocorria no palácio daquele grã-senhor. Um colapso que a todos contristara, paralisara o coração do fidalgo, cujos despojos ali estavam agora para serem levados à última morada.

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Do outro lado da vida, uma surpresa aguardava aquele Espírito que acabava de deixar a Terra tão inesperadamente. Uma Entidade de grande luminosidade aproximou-se dele, e após confortá-lo do desespero em que o mesmo se debatia, perturbado pelo inesperado da partida, perguntou-lhe se carecia de mais alguma coisa para sua tranquilidade e bem-estar.

- Com quem tenho a ventura de falar? Poderei sabê-lo? – indagou o recém-chegado, acrescentando: é muito dolorosa a minha situação, tendo deixado em festa o meu palácio na Terra. Quem sois vós, então, que tão amigo meu vos mostrais?

- Eu sou aquele pobre maltrapilho que ainda há poucas horas insistia em falar-te, para te prevenir quanto ao uso dos licores e iguarias da tua festa. Teu plano de vida ainda permitia que permanecesses alguns anos mais na Terra, no gozo da imensa fortuna que reuniste. Sou o teu Guardião de muitos séculos, que tudo tenho feito pela tua felicidade. Em face de tua recusa em ouvir-me... sucedeu o que eu tanto desejei evitar. Repousa então uma vez mais meu filho...

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