A convivência das almas no Espaço - Corolarium Cap. XXXII

PDF por Nova Ordem de Jesus. 28/04/2016 - 15 min leitura
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A convivência das almas no Espaço. — Classificação das almas por categorias. — Uma das características principais da vida no Além. — Recepções majestosas oferecidas pelas almas. — Um acontecimento extraprograma: a presença do Senhor Jesus.

Os fatos extraordinários programados pelas Forças Superiores para este fim de século na Terra, devem começar a ocorrer dentro de breves anos ou meses, em sua maior projeção, embora já nos dias presentes estejam ocorrendo os primeiros ensaios. São fatos destinados a transformar boa parte da superfície terrena, nivelando áreas até então inaproveitadas pelos seres humanos na produção de alimentos. O que vier a suceder em consequência, só o será para o bem e felicidade de todos, podeis estar certos disso. Muitos milhares ou milhões de almas acompanham do Além a ocorrência dos fatos na superfície terrena, pela ânsia em que se encontram, de poderem vir uma vez mais à Terra em busca de maior índice de progresso espiritual, o que se tem verificado impossível nas condições atuais.

Isto dito, como objetivo fundamental de quanto está sendo escrito na Terra, vamos tratar de outro assunto pertinente ao mundo espiritual, o qual todos vós apreciareis conhecer. Vou relatar-vos no presente capítulo um pouco do muito que haveis de encontrar mais tarde no Alto por ocasião do vosso regresso da Terra para um descanso merecido, minhas filhas e filhos muito queridos. Desejo tratar aqui do que diz respeito à convivência das almas nos respectivos planos, segundo a categoria a que pertencem. Devo explicar inicialmente que a classificação das almas por categorias não resulta de nenhuma escolha que no Alto se faça entre os milhões de almas que lá vivem no intervalo de uma e outra encarnação. Não, minhas queridas; essa classificação se processa automaticamente, para não dizer instintivamente. Para vossa melhor compreensão, imaginai uma grande multidão de pessoas numa determinada festividade, comemoração ou acontecimento social, vestindo, porém, trajes diferentes. Uma grande quantidade dessas pessoas vestiria, por exemplo, roupagem de um branco brilhante, outra quantidade vestiria roupagem de um branco opaco; outra e outra quantidade de pessoas vestiria roupagens diferentes, como cinza, amarelo-claro, amarelo-escuro, verde das duas tonalidades, até ao roxo, lilás, etc. Para selecionar esses milhões de criaturas nenhuma dificuldade ocorreria; seria bastante uma ordem geral para que se reunissem segundo as cores das respectivas roupagens. Como vedes por esta imagem bastante tosca, a seleção das almas no Alto se faz segundo a coloração da respectiva luminosidade, reflexo exato da sua categoria evolutiva. Ficais sabendo igualmente que a luz espiritual também difere de alma para alma segundo o grau evolutivo no qual se encontram. Não me compete entrar em detalhes a respeito da relação que existe entre as várias, colorações da luz espiritual, mas espero poder fazê-lo ainda neste livro se isso me for permitido. Direi, contudo, que a luz espiritual alcançada pelas almas já bastante evoluídas não é a mesma ostentada por aquelas que se encontram nos primeiros degraus da escala ascensional, e isso todos vós o compreendeis facilmente.

Entraremos a seguir, então, no assunto que eu venho hoje revelar-vos, que é o seguinte: Uma das características principais da vida no Além, onde estagiam as almas nos intervalos de suas reencarnações neste pequeno mundo terreno, é a solidariedade, amiga muito íntima da cordialidade que todas as almas praticam. Para intensificarem estas duas belas qualidades, as almas de determinado plano oferecem recepções majestosas às almas dos planos vizinhos, durante as quais se estabelece uma perfeita confraternização. Em regra, as recepções deste tipo são oferecidas pelas almas habitantes de planos mais adiantados às suas vizinhas em grau imediatamente inferior. É a respeito de uma destas grandiosas recepções que eu desejo falar-vos nas linhas seguintes.

Um dos planos já bastante adiantados resolveu comemorar certa data histórica do mundo espiritual, convidando as almas dos planos imediatamente inferiores para uma encantadora recepção em sua homenagem, a propósito, como disse, da comemoração de uma data histórica, ou seja, aquela data que assinala o regresso do Meu Amado Filho, após o martírio do Calvário que todos conheceis. Esta data que pelo vosso calendário atual é móvel, pelo calendário que nos rege no Alto é fixa, intransferível. De passagem devo dizer-vos que tanto a data do nascimento como aquela da partida do Senhor são na realidade bastante diferentes das convencionadas no vosso calendário gregoriano. Isso não quer dizer, porém, que sua comemoração, com o sentimento que lhes dedicais, não seja recebida no Alto pelo Senhor com verdadeira alegria e gratidão.

Realizava-se então a majestosa recepção oferecida pelas almas evoluídas às suas irmãs vizinhas, numa festividade que se estenderia por alguns dias, uma semana aproximadamente. As almas convidadas eram recebidas com cativantes demonstrações de alegria pelas suas anfitriãs tal o objetivo da festividade. Muitas e muitas almas aportavam em caravanas belamente ornamentadas, ao plano em referência, trazendo do seu próprio plano o que de mais expressivo houvesse, para oferecer às almas anfitriãs. Certo é que nada haveria nos planos algo inferiores que não houvesse também naquele que visitavam. É um costume também muito usado entre vós, as pessoas residentes nas regiões interiores, quando em visita aos amigos das cidades, levarem-lhes, como lembrança, artigos, objetos ou produtos da sua região. Eu mencionarei apenas alguns destes artigos ou produtos mais comuns, por exemplo, um queijo de qualidade, um litro de mel, uma bela melancia quando na época, um bonito exemplar da sua criação de cabritos, carneiros ou de outros animais, com aquele delicado sentimento de oferecer uma lembrança aos amigos que visitam. No caso em foco esse mesmo delicado sentimento de estima se manifesta através das quantidades de mimos e prendas trazidas pelas almas visitantes, recebidas pelas anfitriãs com demonstração de grande alegria e reconhecimento. Um dia inteiro durou a cerimônia das recepções às almas vindas de longe para a grande festividade. O segundo dia era destinado às palestras entre as almas chegadas e as residentes no plano, para uma permuta de afetuosas declarações em torno da vida e experiências de cada uma daquelas almas ao longo de suas existências milenares. A programação deste detalhe pelos organizadores da festividade obedeceu ao propósito de se oferecer às almas visitantes algumas elucidações acerca da vivência nos diversos planos do Universo, segundo as experiências adquiridas pelas suas anfitriãs. Encarregaram-se dessa parte do programa de festividades, Entidades das mais destacadas do plano, pela sua já longa existência e consequentes experiências acumuladas. É fácil de imaginar o interesse despertado pelo assunto no coração das almas visitantes, ávidas de ouvir e aprender das irmãs bastante adiantadas, os ensinamentos que sua longa experiência poderia proporcionar a todas. Para esta cerimônia havia sido preparada uma área capaz de comportar de cem a duzentas mil almas reunidas ao ar livre, tendo por teto a encantadora abóbada celeste numa bela noite, assistida de muito alto pelos milhões de estrelas da Via-Láctea. Assim como usais proceder em vossas grandes assembléias em que uma grande parte dos ouvintes tem de ficar distante, foram instalados no local os excelentes serviços sonotransmissores, para que toda a assembléia pudesse ouvir os oradores. Assim reunida aquela multidão de almas na primeira noite dedicada às palestras, assomou à tribuna uma Entidade de grande luminosidade de cor azulada, característica de sua já bastante alongada experiência da vida universal, assim se dirigindo aos ouvintes:

— Este momento de excepcional alegria que estamos vivendo representa para todas nós a comemoração daquela data histórica em que o nosso amado Mestre e Senhor Jesus foi expulso da esfera terrena, após o martírio que sofreu em terras da Palestina. Esta data representa para nós, deste plano de vida, a nossa data máxima, por ser aquela em que o Divino Mestre aqui aportou de regresso da Terra, aureolado pelo enorme sacrifício a que se submeteu para levar um novo esclarecimento à humanidade daqueles tempos. Não desejamos, entretanto, condenar os homens que tal martírio impuseram ao Senhor Jesus, minhas almas queridas. Não estamos em condições de censurar os homens de então com a vibração da nossa condenação, pela circunstância de que se o fizéssemos, estaríamos condenando a  nós mesmos. A nós mesmos, sim, minhas almas queridas, digo bem. E isto porque, com o perpassar dos séculos que longe vão, nós voltamos seguidamente à Terra em encarnações e encarnações bastante sofridas, até que conseguíssemos limpar  da nossa consciência a negra mancha nela produzida pela nossa infeliz atitude de então. Fomos nós mesmos, muitas das almas que agora vivem neste elevado plano, as mesmas que contribuíram para o martírio do Senhor, o humilde filho do carpinteiro de Nazareth, no monte do Calvário, nos albores da era cristã, esta era que tanto tem contribuído para a iluminação da humanidade. Realizando então a presente festividade, desejamos todas nós, almas hoje bem-aventuradas, prestar-vos uma homenagem singela na recordação de tão gloriosa data, para que a recordeis conosco. Elevemos então, com todo o fervor das nossas almas, o nosso coração aos benditos pés do Senhor, cuja magnanimidade nos proporcionou durante séculos e séculos, felizes oportunidades de nos reconciliarmos com nós mesmas, através do resgate das nossas faltas daquele passado longínquo.

Apenas concluída a primeira oração daquela noite memorável, um acontecimento extraordinário ali se verificou, sem que estivesse programado, mas recebido com a maior alegria em todos os corações. O Senhor Jesus, assomando à mesma tribuna, instantes após haver falado o primeiro orador da noite, iluminou com seu olhar magnífico toda a imensa assembléia de almas, verdadeiramente maravilhadas. Proferiu então o Senhor Jesus, em síntese, as seguintes palavras, ouvidas pela assembléia de almas em recolhimento:

— Almas muito queridas do meu coração! Resolvi transportar-me até aqui, em face da emoção que de mim se apoderou, ao perceber as vibrações dos vossos belos corações, ao recordardes, reunidas, aqueles dias, meses e anos em que, por designação amorosa do Pai, eu desci ao mundo terreno há perto de vinte séculos. Não desejo sequer recordar o que de ruim fizeram os homens daqueles tempos que longe vão, porque todos eles, sem uma única exceção, já alcançaram o seu foco de luzes redentoras, e eu tenho hoje a alegria de contá-los entre os meus amigos e servidores mais dedicados. Que não se recordem, pois, jamais, os dolorosos dias do meu calvário, porque desde então belas sementes frutificaram na Terra, e frutos magníficos têm sido colhidos pelas humanidades que se sucederam. O que eu muito desejo, então, de todas vós almas estremecidas do meu coração, o que eu muito desejo de todas vós, é a vossa integral solidariedade nos empreendimentos em curso na Terra, com vistas a transformar aquele decantado vale de lágrimas num autêntico paraíso terrestre. Desejo, inclusive, oferecer a todas vós, almas estremecidas, tanto às habitantes bem-aventuradas deste plano, como igualmente às vossas valorosas visitantes, desejo oferecer a todas uma nova oportunidade de reencarnarem no solo terreno, a fim de lá se constituírem em verdadeiros esteios da reconstrução do mundo terreno. Isto dito, eu vos estendo a minha  bênção muito carinhosa, e regresso ao  meu posto de trabalho para servir-vos. A enorme assembléia de almas ficou maravilhada, repito, ante a luminosa presença do Senhor e suas encantadoras palavras. E começaram a surgir ali mesmo o que eu denominarei inscrições das almas desejosas de atender ao desejo do Senhor para um novo mergulho na carne. E tão grande foi o número delas, pertencentes aos dois planos reunidos, que não será exagero dizer que aproximadamente umas duzentas mil almas das mais evoluídas estão reencarnando nos últimos dezoito anos para servir ao Senhor. O assunto é longo e rico de ensinamentos, e eu prometo voltar a ele em capítulos sucessivos.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

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